O riso, a falta de pressa e o jeito lento de conversar do avô ainda cutuca as gavetas da memória de Hanna, neta de Nilton Santos, a grande lenda do Botafogo de Futebol e Regatas. Esta carioca lembra-se das vezes que foram pescar na casa em Araruama, no estado do Rio de Janeiro. “Ele adorava pescar. Tinha muito interesse pela minha vida, queria saber se eu estava surfando, recomendava cuidado com o mar sempre, jogava à bola comigo. Tinha muita paciência, ensinou-me a fazer embaixadinha”, conta à Tribuna Expresso. Depois da ignorância do jornalista, Hanna Santos perguntou como se diz em português de Portugal. Lamentamos o pouco imaginativo “dar toques”, salva-se a honra da graça lusitana explicando que passar o pé por cima da bola é “uma volta ao mundo”.
A bola sempre foi o mundo de Nilton Santos, um futebolista que só jogou no seu Botafogo e que esteve nos Campeonatos do Mundo entre 1950 e 1962, ganhando os dois últimos ao lado de Pelé, Garrincha e Didi, os dois últimos com quem jogou no glorioso ou estrela solitária.
No próximo dia 16 celebra-se o 98.º aniversário do nascimento do homem que mais jogos fez pelo clube da farda com listas pretas e brancas (723) e que empresta o nome ao estádio. “Cada vez que entro lá é uma sensação diferente. O tamanho daquele estádio, tudo o que ele representa e tudo isso estar ligado ao meu avô… é muito emocionante e gratificante. Ele certamente merece, e eu sou muito grata a isso. Confesso que até a placa direcionando para o estádio me emociona.”