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Futebol internacional

Big Sam não foi assim tão grande para travar o City de Guardiola (mas assustou)

O aflito Leeds, agora treinado por Sam Allardyce, sofreu durante muito tempo no Etihad, em Manchester, até que Gundogan falhou o penálti que lhe daria o hat-trick, agitando o jogo: Pep Guardiola disse a Erling Haaland que o penálti é dele, Rodrigo reduziu para o Leeds United e foi preciso chamar Bernardo e Rodri para congelar os ânimos. Fim de contas: O City, que igualou os jogos do Arsenal (joga domingo no campo do Newcastle, às 16h30), ganhou (2-1) e tem agora quatro pontos de vantagem na liderança da Premier League

Hugo Tavares da Silva

Robbie Jay Barratt - AMA

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A primeira meia hora foi avassaladora. O Manchester City tem um futebol difícil de contrariar e vigiar, então os seus futebolistas manipularam os adversários como bem entendem através dos toques na bola. A forma como entupiram o miolo, tocando curto e fazendo o Leeds United correr, atraindo, para depois soltar as feras pelas alas foi mais um sentimento de déjá vu. Nada de novo.

Aos 27’, os cityzens já venciam por 2-0, com dois golos de Ilkay Gundogan. Foram duas jogadas semelhantes, sendo que os destinos que a bota direita do alemão deu à bola foram diferentes e igualmente eficazes e deliciosos. A técnica desta gente, a técnica no futebol em geral, merecia uma estátua levantada todos os dias em qualquer lugar do mundo.

Os campeões ingleses, que têm feito uma reta final assombrosa, recuperando pontos e resgatando a liderança da Premier League, abrandaram, mas as oportunidades sucederam-se. Erling Haaland, como não?, esteve perto de marcar. Estranhamente, ficou em branco, o senhor que roubou o recorde de golos de Alan Shearer. Imaginou-se que o norueguês teria direito ao seu golo de honra, o habitual, quando Phil Foden sofreu um penálti. Haaland deu a bola a Gundogan, que atirou ao poste. Guardiola berrou: “Tu marcas o penálti, Erling, tu marcas o penálti”.

Robbie Jay Barratt - AMA

Como os dramas nunca são demais, Rodrigo reduziu um minuto depois desse penálti falhado do capitão do City, aos 85’, deixando Big Sam com o punho cerrado e maravilhado, permitindo o sonho. Pep Guardiola bebeu água recostado, mansamente irritado. O City desafinou e o jogo ficou mais tremido, embora longe de estar descontrolado ou em perigo. Bernardo e Rodri entrariam na parte final do jogo, quem sabe para congelar a bola e trazer algum tino à equipa.

Durante a semana, Sam Allardyce foi apresentado como treinador do Leeds United, uma equipa que tenta fugir à despromoção, e tomou conta das manchetes dos jornais quando declarou que não ficava atrás dos melhores treinadores da liga. “Posso ter 68 anos e parecer velho, mas ninguém está à minha frente em conhecimento de futebol, nem Pep Guardiola, nem Klopp, nem Arteta. Eles fazem o que fazem, eu faço o que faço, mas em termos de profundidade de conhecimento não digo que sou melhor do que eles, mas sou tão bom como eles.”

Já sabemos que as armas são diferentes – mesmo com Walker, Rúben Dias, Stones, Rodri, Bernardo e Grealish a descansarem no banco –, por isso, com mais ou menos conhecimento, seria sempre difícil travar o que o Manchester City está a construir. Pisca-se o olho ao treble. Vem aí o Real Madrid, na próxima terça-feira. A Premier League está encaminhada: mais uma vitória, Arsenal a quatro pontos. Os gunners só entram em campo no domingo, às 16h30, no difícil campo do Newcastle, sendo que ficará com mais um jogo do que os rivais de Manchester.