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Futebol internacional

Ligas Europeias querem mais dinheiro a ser distribuído por clubes que não joguem em provas da UEFA

Alberto Colombo, líder da entidade que junta os principais campeonatos do continente, defendeu o aumento para 10% da fatia do total das receitas das competições da UEFA que são destinadas às equipas que nelas não participem, estimando que possam receber cerca de 750 mil euros por ano

Lusa

As camisolas de Sporting, Benfica e FC Porto, os três clubes portugueses que jogaram, esta época, na Liga dos Campeões

Kristian Skeie - UEFA

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As Ligas Europeias de futebol apelaram, esta sexta-feira, para um aumento da distribuição de receitas das competições europeias aos clubes não participantes para 10% do total, que deverá atingir 4,8 mil milhões de euros a partir de 2024/25.

Numa declaração conjunta, divulgada no final da assembleia geral do organismo, em Praga, os membros da associação declararam o compromisso para com “valores sagrados” como “competições abertas”, com base no “mérito desportivo”, assim como para um “sistema de solidariedade justo e equilibrado”.

“O aumento de receitas previsto dos 3,6 mil milhões de euros atuais para 4,8 mil milhões de euros por época, a partir de 2024/25, permite um grande aumento da distribuição de receitas tanto para os clubes participantes como não participantes”, disse à agência Lusa o secretário-geral adjunto das Ligas Europeias.

De acordo com Alberto Colombo, “o fortalecimento dos pagamentos solidários” permitirá aos clubes que participam apenas nas competições domésticas serem mais competitivos “no relvado e no mercado de transferências”, o que irá contribuir para “aumentar a competitividade tanto nas competições nacionais como internacionais”.

O aumento previsto tem por base a “enorme expansão” das competições europeias, que vão passar de 96 para 108 clubes participantes, o que vai motivar uma “explosão de receitas” que “devem ser alocadas exclusivamente aos clubes profissionais para contrabalançar a muito maior distribuição que haverá entre os clubes participantes”.

“Temos de evitar que este dinheiro vá parar ao futebol mais amador. Ele tem de ir para os clubes de I Liga que só jogam a nível doméstico. Não estamos contra ninguém, simplesmente estamos a chamar a UEFA à responsabilidade para que não destrua o atual ecossistema do futebol europeu”, defendeu Colombo.

De acordo com Jacco Swart, diretor geral das Ligas Europeias, a proposta da associação prevê que os clubes não participantes nas competições europeias passem a receber “750 mil euros por ano”, um aumento de 500 mil euros em relação à verba que recebem atualmente.

Ainda segundo a mesma proposta, os atuais “75% das receitas distribuídas pelos participantes descem apenas para 73%”, o que, em face do aumento de receitas previsto, representa também um aumento para os clubes participantes.

“Hoje, um clube participante na Liga dos Campeões recebe, em média, 62 milhões de euros. Com a nossa proposta, passará a receber 72 milhões de euros”, exemplificou.

As competições europeias de clubes vão sofrer um alargamento a partir da época 2024/25 dos atuais 96 para 108 clubes participantes, com 36 clubes a disputarem cada uma das provas da UEFA: Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência. A posição conjunta das Ligas Europeias foi assinada na 46.ª assembleia geral do organismo, que se reuniu na sexta-feira, em Praga.