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Futebol internacional

Vamos algemar os guarda-redes à baliza?

Novas regras da IFAB quanto aos penáltis vão proibir que guardiões façam danças ou provocações. Tomislav Ivkovic e Beto, antigos donos das redes, queixam-se de “roubo das emoções do jogo”

Pedro Barata

Alex Caparros - FIFA

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A 14 de setembro de 1989, Nápoles e Sporting discu­tiam, por penáltis, a passagem à segunda eliminatória da Taça UEFA. Tomislav Ivkovic, guarda-redes dos portugueses, tinha pela frente Diego Armando Maradona, já homem elevado a deus no Sul de Itália, plenamente instalado no trono do futebol. Para “entrar na cabeça” de “El Pibe”, o croata lançou-lhe uma pergunta. “Queres apostar 100 dólares como defendo?”

O desafio foi aceite, Ivkovic defendeu e, no final do jogo — vencido pelo Nápoles —, o diez deu a prometida quantia ao adversário. O antigo guardião explica ao Expresso que Maradona, que “tinha milhões na conta”, não ficou perturbado pela centena de dólares em si, mas pelo “descaramento” mostrado, a “estranheza” e “surpresa” pela situação, que ajudou quem estava no lado com menos probabilidades de êxito a ter alguma vantagem.

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  • "Dizer que os penáltis são como a lotaria é a desculpa por defeito de um treinador que não se preparou"
    Euro 2020

    Ben Lyttleton pesquisou, estudou e recolheu dados sobre a marcação de penáltis e, em 2015, publicou um livro porque das seis vezes (em sete) que a seleção de Inglaterra foi eliminada de grandes torneios desta forma, todos os treinadores alegaram o mesmo. Em conversa com a Tribuna Expresso, o jornalista inglês e hoje estudioso da arte de bater grandes penalidades, diz que é a má ideia um jogador mudar de ideias enquanto caminha para a bola, como o é deixar "as super estrelas" ficarem para o fim: "tem muito a ver com egos e vaidades, de quererem ser quem marcou o penálti vencedor"