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Mais uma voltinha, mais uma goleada do City: Liverpool sai de Manchester com quatro golos no saco

Os senhores que chegaram de Anfield até começaram a ganhar, com Diogo Jota a ser importantíssimo na jogada, mas depois o carrossel afinado com óleo da cor do céu fez chover golos. Rúben Dias foi titular e Bernardo Silva entrou aos 83'

Hugo Tavares da Silva

Will Palmer/Allstar

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Não se pode dizer que os avançados do Manchester City estejam com fastio. Nos últimos três jogos, a contar para competições diferentes, os cityzens celebraram 17 golos. Só sete foram ao Leipzig, naquela noite mágica de Erling Haaland. Depois, os campeões nacionais meteram seis ao Burnley, na FA Cup – também não foi uma tarde má para o norueguês, que tratou da feitura de um hat-trick. Este sábado, para fechar este ciclo avassalador que conta 9 vitórias em 11 jogos desde 2 de dezembro, os futebolistas de Guardiola golearam o Liverpool, por 4-1, no Etihad.

O ritmo foi frenético desde o primeiro minuto, não fosse essa uma das condições para existir futebol no Reino Unido. A questão é que depois estes dois emblemas juntam uma qualidade cósmica, algo que por vezes não parece pertencer a este mundo térreo, inaugurando talvez o maior clássico do planeta.

Os reds, que ali chegavam depois de derrotas com Bournemouth e Real Madrid, ia respondendo ao desaparecimento da bola, de bota em bota dos senhores de azul-céu, com ataques cínicos e venenosos. Diogo Jota, titular na equipa de Jurgen Klopp, inventou o fabrico do primeiro golo da tarde, que pingou para os visitantes. Mohamed Salah meteu implacavelmente na baliza de Ederson Moraes, que contava apenas com um português no 11, Rúben Dias.

A fluidez do jogo do Manchester City prometia algo diferente para os momentos vindouros. Os pés de Ryad Mahrez funcionaram como a dança da chuva, então a magia foi desatada. Julián Álvarez empatou aos 27 minutos e assim, com um empate eletrizante, se chegou ao intervalo.

Clive Brunskill

O segundo tempo foi outra coisa. Kevin de Bruyne, Ilkay Gundogan, supostamente alvo do Real Madrid para a próxima temporada, e Jack Grealish, cada vez mais solto dentro da jaula que é aquele canto na esquerda, fizeram mais três golos e sentenciaram a goleada, que significava também que o Arsenal não fugiria se ganhasse ao Leeds United. Darwin Núñez entrou com o marcador nos 3-1. Já Bernardo Silva pisou o relvado a partir dos 83’.

Klopp sinalizou apenas “quatro exibições” aceitáveis: “Os dois médios, [Jordan] Henderson e Fabinho trabalharam muito, o Cody [Gakpo] e o Alisson”. E, num puxão de orelhas público, acrescentou: “Se queres fazer algo aqui, 14 ou 15 jogadores têm de estar no topo do jogo deles e não foi esse o caso.”

Quanto a Pep Guardiola, que gerou falatório depois de celebrar um golo na cara de Arthur Melo, estava radiante. “O Liverpool é sempre uma ameaça na transição, mas estivemos muito bem. Foi uma das melhores exibições desde que aqui estou”, revelou. “Desde o minuto 1 ao 93, foi uma exibição perfeita. Mesmo quando sofremos o golo, estávamos a jogar bem”, refletiu ainda o catalão. “Foi uma das melhores performances nos meus sete anos [aqui]. O jogo esteve tão estável durante os 93 minutos, não consigo dizer que um jogador foi melhor do que o outro, foram todos excecionais.”

O Manchester City mantém a distância de oito pontos para o Arsenal, ainda que tenha um jogo em atraso. Os azuis de Manchester abriram para 14 a diferença para o rival da cidade, sendo que têm mais duas jornadas disputadas. O Arsenal venceu o Leeds, por 4-1, em Londres, com dois golos de Gabriel Jesus em 60 minutos.