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Guardiola derretido com Bernardo Silva: “É super intuitivo, pressiona três jogadores com dois movimentos. Ninguém no mundo faz isso”

Não é a primeira vez e talvez não seja a última. Após a vitória, por 7-0, do Manchester City contra o RB Leipzig na 2.ª mão dos ‘oitavos’ da Liga dos Campeões, o treinador voltou a elogiar a “inteligência” do jogador português

Diogo Pombo

Michael Regan - UEFA

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Pep Guardiola tem muita fama futebolística vinda das várias conquistas que vai somando e do futebol que trabalha nas suas equipas, por ser o treinador que é. Depois, é igualmente afamada por ser amigo do gatilho elogioso, de pouca cerimónia quando lhe pedem para falar sobre jogadores seus ou de equipa alheia. O espanhol é assim, desmanchar-se em elogios parece vir-lhe do âmago quando um futebolista lhe cai no goto.

É o caso de Bernardo Silva.

Já por várias vezes desde 2017 que Guardiola nutre palavras de bom-tom para o jogador português. À sexta época de convivência no Manchester City, o treinador dedica ocasionalmente, por norma em conferências de imprensa, exaltações das qualidades de Bernardo Silva e voltou a fazê-lo esta quinta-feira, dois dias após o jogador ser titular no 7-0 aplicado ao RB Leipzig, na 2.ª mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões.

Questionado sobre a titularidade do português à direita, servindo mais como extremo do que pensador de bola no miolo do campo, onde mais tem jogado esta época, Guardiola deu uma explicação no seu habitual discurso acelerado: “Tínhamos de defender esse passe e, às vezes, temos de jogar um jogo para nos apercebermos de coisas. E o Bernardo é super intuitivo, eu jogo com o Bernardo porque o lado esquerdo do Leipzig é incrível com o Gvardiol e o Raum, têm a habilidade para criar espaços grandes”.

Deixando um dica nada tímida à “malta do Twitter e a toda a gente”, porque tem “mais informação”, o treinador justificou o porquê de ter jogado com o português: “o Bernardo tem a capacidade de saber exatamente como pressionar três jogadores com dois movimentos. Não há nenhum jogador do mundo capaz de o fazer, ninguém. Não é o físico, ele é tão inteligente. É por isso que joga ele.”

Em parte, Guardiola discutia quem advogara a titularidade de Riyad Mahrez, o canhoto que é o provável extremo em melhor forma do City, com os seus 12 golos, sete assistências e invulgar sentido de baliza. “Se ganho, tenho razão. Se perco, estou errado. Não é assim. Eu tenho muita informação que todos vocês, adeptos incluídos, não têm. Eu tenho a experiência com os jogadores e tudo mais. Há duas semanas diziam que não estávamos prontos, que a segunda parte foi um desastre e whatever. Talvez não tenhamos jogado ao nível habitual, mas era um jogo fora de casa na Liga dos Campeões, com pressão e muitas outras coisas. Precisávamos de um jogo lento, não queria transições contra o Leipzig, hoje posso aceitá-lo”, explicou o espanhol.

Pep Guardiola também ironizou com o fado do futebol que qualquer treinador calça - “Se ganho, tenho razão. Se perco, estou errado” -, argumentando contra a visão curta que é avaliar um técnico unicamente pelos resultados: “Não é assim. Eu tenho muita informação que todos vocês, adeptos incluídos, não têm”. Que é como quem fiz, Guardiola vê Bernardo Silva a treinar todos os dias já há alguns anos. E, de novo, desfez-se em elogios ao português.