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Teste às substituições temporárias por suspeitas de concussão foi rejeitado e a Premier League “não entende” porquê

A liga inglesa pedira, em dezembro, ao órgão máximo das leis do futebol uma autorização para testar, na próxima época, trocas temporárias de jogadores que pudessem ter sofrido lesões graves na cabeça. No entanto, levou da IFAB uma nega, algo lamentada pela Premier League devido às “provas científicas existentes”

Pedro Barata

James Gill - Danehouse/Getty

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Em dezembro, a Premier League, em conjunto com a Ligue 1 e a MLS, escreveu, com o apoio da FIFPro e do fórum mundial das ligas de futebol, uma carta à International Board (IFAB). No documento, pedia-se que o órgão máximo no que respeita às leis do jogo permitisse que, a partir do começo da próxima temporada, se fizesse um teste à existência de substituições temporárias devido a suspeita de concussões em jogadores.

No entanto, a IFAB, na sua reunião anual, primeiro, e na assembleia-geral, depois, rejeitou o pedido, indicando que não se chegou a consenso”, continuando o tema “sob análise”. Em resposta à nega dada, a Premier League diz-se “desapontada”, tendo em conta “todas as provas científicas existentes e o apoio esmagador das equipas médicas dos clubes”

A IFAB, composta por representantes das federações de futebol britânicas e da FIFA, introduziu, em 2021, um teste a substituições não temporárias por concussões, o qual foi agora prolongado para “recolher mais dados”. Atualmente, um jogador com suspeitas de ter sofrido uma concussão pode sair de campo, entrando um colega para o seu lugar e não contando essa troca para o limite máximo de substituições.

PAUL CHILDS/Getty

No entanto, esta política tem sido alvo de críticas, já que, ao não ser possível que um futebolista abandone o relvado temporariamente para ser avaliado, há alguns casos em que os atletas ficam no campo depois de sofrerem fortes pancadas na cabeça. Por exemplo, durante o Mundial, o guardião do Irão, Alireza Beiranvand, tentou continuar a jogar depois de um choque com um companheiro, tendo só depois sido substituído e diagnosticado com uma concussão.

A Premier League “não consegue entender” a razão para que o teste não tenha sido aprovado. “Estamos convencidos de que uma mudança de política deve avançar o mais rapidamente possível, a bem do superior interesse da saúde dos jogadores”, entende a liga inglesa.

Médicos das 20 equipas da Premier League mostraram-se favoráveis ao teste às substituições temporárias, bem como a associações de jogadores profissionais de Inglaterra. A medida reproduziria o que já existe no râguebi desde 2015.