Houve uma época em que o rei do golo de Paris era um tal de Pauleta. O avançado português, natural de Ponta Delgada, celebrou 109 golos entre 2003 e 2008 na sua estadia no Parque dos Príncipes. O recorde foi bordado ao longo de 211 jogos. Claro, depois apareceram os galácticos: Zlatan Ibrahimovic (156), Neymar Jr. (118) e Edinson Cavani (200), o último senhor a perder o trono. Agora, o rei é Kylian Mbappé: 201 golos.
O rapaz que chegou do Mónaco em 2017 – primeiro por empréstimo e depois por 180 milhões de euros –, ainda por ser campeão do mundo, um torneio com o qual parece ter um pacto divino, mostrava obedecer à linhagem dos grandiosos avançados franceses que começam da esquerda para a glória, como noutros tempos fizeram Thierry Henry e Karim Benzema. Para inscrever o nome como o maior killer da história do clube bastaram ao craque 247 jogos e cinco temporadas e picos.
O recorde pingou na noite de sábado, apenas aos 92’, na vitória difícil contra o Nantes, em casa, por 4-2. “Eu jogo para fazer história”, avisou o futebolista, de 24 anos, na ressaca do feito. “Sempre disse que queria fazer história em França, na capital do meu país, na minha cidade, e estou a fazer isso. É magnífico, mas ainda há muito por fazer.”

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A prateleira dos grandes goleadores dos clubes a que chega agora tem nomes como, por exemplo, Cristiano Ronaldo (Real, 451 golos), Rooney (Manchester United, 253), Messi (Barcelona, 672), Gerd Muller (Bayern, 554), Del Piero (Juventus, 290) e Henry (Arsenal, 176). A companhia não é má.
“Para mim, como parisiense, é especial”, continuou Mbappé ao Canal Plus. “Se alguém me dissesse que ia bater o recorde com a braçadeira de capitão, eu não acreditaria.”
Em cinco temporadas completas, Kylian Mbappé foi o melhor marcador da Ligue 1 quatro vezes. O futebolista, que já tem duas finais de Campeonato do Mundo no currículo, é também o melhor marcador da história do clube na Liga dos Campeões (34), uma competição que o PSG ainda suspira por vencer.
“Se vinculasse o meu futuro à Champions, e não quero faltar ao respeito ao clube, teria ido para muito longe”, assumiu, talvez numa alusão ao assédio público e privado do Real Madrid. “Estou aqui muito contente, e por agora não penso noutra coisa a não ser fazer feliz o PSG.”
A Bola de Ouro também foi tema. “Claro que é sempre um objetivo. Para um jogador do meu nível é algo que está na mira, mas não é a prioridade neste momento. Está no fundo da minha mente, é normal. Se continuarmos assim, não estarei muito longe de alcançá-la…”
Mais um aviso.