À passagem do minuto 13 de um dos míticos clássicos da Serie A, no Artemio Franchi, a bola parou de rolar. Os três pontos perderam importância durante 60 segundos. Futebolistas de Fiorentina e AC Milan e os adeptos aplaudiram a memória de Davide Astori, o antigo capitão viola que morreu há cinco anos. As mãos encontravam-se para homenagear mais uma vez o jogador que nunca será esquecido.
Astori acabara de renovar o contrato com a Fiorentina e uns dias depois, num estágio da equipa para mais um jogo, foi encontrado sem vida no quarto de hotel. Essa tragédia que marcou o futebol italiano aconteceu a 4 de março de 2018. O funeral, marcante, juntou craques de todas as camisolas, companheiros de ofício, admiradores, adeptos e cidadãos da cidade que é um museu a céu aberto.
Durante aquele minuto, o ecrã gigante exibia imagens de Astori, que naquele dia fatídico sofreu uma paragem cardíaca, em Udine. O jogo contra a Udinese foi adiado.
O AC Milan é também um clube marcante para Astori, que fez vários anos na formação daquele clube. Depois de empréstimos, já como sénior, a Cremonese e Pizzighettone, seguiram-se seis temporadas no Cagliari. Foi aí que convenceu a Roma a ir buscá-lo por uma temporada, por empréstimo, para depois continuar na Fiorentina no mesmo modelo de negócio.
O clube de Florença acabou por contratá-lo em definitivo. Nas duas temporadas completas que fez, pois a terceira nunca chegou a concluir, foi orientado pelo português Paulo Sousa, que conduziu a Fiorentina a um 5.º e 8.º lugares. Astori era titularíssimo nessa altura.
"Não há palavras, apenas uma grande dor”, comentou Paulo Sousa, na altura da morte, quando já não era técnico da equipa de Astori, um jogador que fez 15 jogos pela seleção italiana.
“Passámos dois anos importantes em que crescemos juntos a nível profissional e nível humano. Obrigado Davide por seres parte da minha vida”, disse ainda o treinador.
Davide Astori nasceu em San Giovanni Bianco, em Bérgamo, em 1987.