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Infantino defende-se após 'selfie' no funeral de Pelé: “Se ajudar os colegas de equipa de Pelé causa críticas, feliz da vida em aceitá-las”

Num longo texto nas redes sociais, o presidente da FIFA explica que as fotografias que levaram a críticas foram pedidas por antigos colegas de Pelé, que não sabiam como tirar 'selfies' e espera que todos os detratores “tenham a decência e a coragem de admitir que estavam errados”

Lídia Paralta Gomes

CARL DE SOUZA

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Por estes dias, as aparições de Gianni Infantino raramente não redundam em polémica. Depois de um Mundial do Catar em que usou toda a retórica disponível e dados enviesados para defender o estado do Médio Oriente e o sucesso da organização, o presidente da FIFA não passou anónimo no velório de Pelé, na Vila Belmiro, estádio do Santos, clube que foi a sua única casa no Brasil.

Para lá da proposta de que todos os países afiliados da FIFA tenham dentro das suas fronteiras um Estádio Pelé, Infantino foi apanhado de telemóvel na mão a tirar uma selfie com outros presentes na cerimónia, bem junto ao caixão aberto do jogador brasileiro, que morreu na última quinta-feira. O ato criou mal-estar e levou a intensas críticas à atuação do suíço. Agora, num longo texto colocado na sua página do Instagram, no qual desativou comentários e respostas, o líder da FIFA defende-se, sublinhando que apenas estava a ajudar antigos colegas de equipa de Pelé, que lhe pediram uma foto como recordação.

“Acabei de aterrar da minha viagem ao Brasil onde tive o privilégio de participar na bonita homenagem a Pelé na Vila Belmiro, em Santos. Estou abismado depois de ser informado que estou a ser criticado por ter tirado uma selfie e fotografias na cerimónia”, começa por dizer Infantino. Passa então para a explicação, frisando que “colegas de equipa e família do grande Pelé” pediram-lhe para tirar essas fotografias e ele “obviamente” disse logo que sim.

Instagram

“Os colegas de equipa de Pelé perguntaram-me se podiam fazer uma selfie de todos nós juntos, mas não sabiam como fazê-lo. Por isso, para os ajudar, peguei no telemóvel de um deles e tirei a foto”, continua o helvético, atirando: “Se ajudar os colegas de equipa de Pelé causa críticas, feliz da vida em aceitá-las e vou continuar a ser prestativo de todas as maneiras que possa para aqueles que contribuíram para escrever páginas lendárias do futebol”.

Gianni Infantino sublinha ainda que tem demasiado “respeito e admiração” por Pelé e pela cerimónia e que nunca faria nada que fosse “desrespeituoso”, esperando ainda que aqueles que o criticaram sem conhecer o contexto “tenham a decência e a coragem de admitir que estavam errados”.

No final da mensagem, Infantino reafirma aquilo que disse no Brasil: a necessidade de fazer um tributo a Pelé, dando o seu nome a estádios à volta do mundo. E o primeiro será já em casa: o campo de futebol da sede da FIFA, em Zurique, na Suíça, será batizado de Estádio Pelé - FIFA Zurich.