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Morreu Sinisa Mihajlovic, o sérvio do pé esquerdo-canhão. Tinha 53 anos

Antigo defesa e agora treinador lutava há várias anos contra uma leucemia. Morreu esta sexta-feira em Roma. Um dos melhores de sempre a bater livres diretos, Mihajlovic chegou a estar perto de treinar o Sporting em 2018

Lídia Paralta Gomes

Danilo Di Giovanni/Getty

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A doença surgiu em 2019 e parecia controlada, até voltar a atormentá-lo em 2022. Aos 53 anos, Sinisa Mihajlovic morreu esta sexta-feira em Roma, vítima de uma leucemia, anunciou a família do sérvio e também a Serie A italiana, onde se destacou como jogador e também como treinador.

Dono de um pé esquerdo prodigioso, que lhe permitiu tornar-se num dos melhores marcadores de livres da história do futebol, pleno de potência e colocação, Mihajlovic detém ainda o recorde de mais golos marcados de livre direto da liga italiana (28), para onde se mudou depois de vencer a Taça dos Campeões Europeus e Taça Intercontinental com o Estrela Vermelha de Belgrado, no início dos anos 90.

Em Itália passou por Roma, Sampdoria, Lazio e Inter. No clube de Roma foi campeão ao lado de Sérgio Conceição e Fernando Couto, antes de repetir o scudetto em Milão.

Como treinador, destacou-se no Bolonha, seu primeiro e último clube como técnico principal. Mihajlovic treinou sempre em Itália tirando dois breves interregnos: primeiro entre 2012 e 2013, quando treinou a seleção do seu país, e depois uma mais bizarra passagem por Portugal. Em 2018, Mihajlovic foi apresentado por Bruno de Carvalho como treinador do Sporting. Nove dias depois seria despedido, após a saída do polémico presidente.

Conhecido pela sua personalidade forte, por vezes irascível, com inúmeras suspensões e polémicas ao longa da carreira, Mihajlovic, revelou em 2019 sofrer de cancro. Fez transplante de medula e quimioterapia, mas em 2022 teria uma recaída.

“Era um homem único, um profissional extraordinário, disponível e bom para todos. Lutou com valentia contra uma doença horrível. Agradecemos aos médicos e enfermeiros o que seguiram ao longo dos anos, com amor e respeito”, pode ler-se num comunicado da família. Já a Serie A fala de uma “profunda tristeza” com a morte de Mihajlovic, “um ícone do futebol e da vida”

“A sua pura classe como futebolista e treinador, a sua força e a sua humanidade são um exemplo que deixa uma marca indelével no futebol italiano e mundial”, lê-se ainda na mensagem publicada nas redes sociais.