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Boca Juniors-Racing e o Troféu dos Campeões da Argentina: 10 expulsões, três golos e um jogo que não chegou ao fim

Os dois emblemas de Buenos Aires que disputaram o campeonato nacional até ao último suspiro encontraram-se no Trofeo de Campeones, uma espécie de Supertaça que fecha a temporada na Argentina. O jogo foi a prolongamento e não terminou porque o Boca Juniors acabou com seis jogadores em campo. Racing de Fernando Gago conquista 38.º troféu da sua história

Expresso

Daniel Jayo

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O clima já estava quente muito antes de começar o jogo, em San Luis, que decidia o Trofeo de Campeones, uma espécie de Supertaça da Argentina. Ninguém esquecia os episódios dramáticos da última jornada do campeonato em que eternos rivais se cruzaram para decidir o fado do futebol porventura mais apaixonado do planeta. Isto é, os duelos Boca-Independiente e Racing-River ditaram o campeão nacional. Um penálti falhado pelo Racing, nos últimos minutos, ofereceu aos da Bombonera mais uma volta ao céu.

Esse e o troféu da Copa da Liga, aqueles que dão direito a estar na última prova da temporada – Racing e Tigre decidiram o outro finalista numa meia-final –, foram exibidos pelos xeneize antes do apito inicial, aumentando ainda mais a tensão entre os históricos emblemas de Buenos Aires. Apesar de tudo e de todas as rivalidades, contra todas as previsões, deu-se algo realmente bizarro neste jogo: não se ouviu o tradicional apito final.

É que o Boca Juniors ficou em campo apenas com seis futebolistas, depois das expulsões de Sebastián Villa, Alan Varela, Frank Fabra, Luis Advíncula e Darío Benedetto. Outros três homens do Boca – Carlos Zambrano e Diego González, que não estavam a jogar, e o treinador Hugo Ibarra – também foram expulsos.

Do lado do Racing, Johan Carbonero, depois de um sururu com Villa, e Carlos Alcaraz, expulso depois de fazer o golo que daria a vitória ao Racing aos 118’, também foi expulso, tal como seria Jonathan Galván, suplente não utilizado.

O Boca Juniors até começou a ganhar, logo aos 19’, com um golo de Norberto Briasco. Pouco depois, aos 22’, Matías Rojas empatou. O jogo foi para prolongamento, o tal angustiado e violento prolongamento (que arrancou 10 contra 10), e foi aí que Carlos Alcaraz, um futebolista com nome de grande tenista, fez o golo que daria a vitória aos de Avellaneda. O Racing, treinado pelo ex-Boca Fernando Gago, somou assim o seu 38.º troféu, atrás dos longínquos Boca (73), River (69) e Independiente (45).

Segundo o “Olé”, o desportivo mais popular da Argentina, nunca tinha havido tantas expulsões num jogo daquele país. Foram 10.