Ver João Félix no banco do Atlético de Madrid tornou-se uma imagem recorrente. Tanto assim é que, contra o Cádiz, o português não foi titular pela nona vez seguida. Nas oito ocasiões anteriores, o atacante nunca participou em mais de 20 minutos das partidas da equipa de Diego Simeone.
A relação entre Félix e Simeone tem sido alvo de debate em Espanha, com vozes como a do sempre presente Paulo Futre a opinarem sobre a situação. “Ate janeiro, ele terá de dar tudo, depois logo se verá”, disse o mito colchonero sobre o compatriota. À medida que a própria posição de Simeone no Atlético vai sendo colocado em causa — a crise de resultados é evidente, com a hipótese de, à 12.ª jornada, ficar a 11 pontos do Real e já afastado da Champions —, o futuro do jovem talento que levou o clube da capital a gastar muitos milhões na sua contratação é, também, uma incógnita.
Em Cádiz, João Félix assistiu do banco a um golo da equipa local, por Bongonda, logo nos primeiros segundos do embate. A força defensiva da equipa do cholo é coisa do passado, como se vê pelos 19 golos sofridos em 17 partidas na temporada.
Aos 60', para tentar dar a volta à situação, Simeone lançou João Félix. Ver o português em campo por mais de 30 minutos é, hoje em dia, uma raridade. Desde o clássico contra o Real, a 18 de setembro, que Félix não tinha direito a tanto tempo em campo.
Aos 81', a situação dos visitantes agravou-se, com Alex Fernández a fazer o 2-0. Mas foi aí que apareceu João Félix.
Aos 85', um excelente remate acrobático do número 7 foi cortado por Luis Hernández para a sua própria baliza. Quatro minutos depois, um tiro de fora da área do português empatou o jogo. O último golo de Félix num encontro oficial datava de 2 de abril.
No tempo de descontos, João Félix, de cabeça, ainda ficou perto de dar a vitória ao Atlético. Seria o Cádiz a fazer o 3-2, por Sobrino, aos 99'. Nova derrota que acentua a agitação no lado vermelho e branco da capital.
Depois do apito final, Diego Simeone falou sobre a exibição de João Félix, dizendo que “o campo fala e tem a verdade”. “Entrou para fazer o que sabe fazer e fê-lo muito bem. Foi o mais perigoso de todos os avançados que entraram no campo. É o jogador que todos queremos”, garantiu o argentino. Na terça-feira, o Atlético, já eliminado da Liga dos Campeões, visita o Dragão. Veremos se Félix será, mês e meio depois, opção inicial.