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“O Cristiano terá de ir para outro lado e jogar todas as semanas porque ele não consegue aceitar estar no banco”

Gary Neville, antigo capitão do United e colega de Cristiano Ronaldo, indicou que a única saída para esta história é a saída do futebolista português. Roy Keane defendeu o ex-companheiro. Rob Green, ex-guarda-redes da seleção inglesa, duvida que o capitão da seleção portuguesa volte a jogar no Manchester United, numa altura em que ganham peso os rumores de uma transferência para a MLS

Expresso

Ian Forsyth

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Apesar da ausência no Chelsea-United, por castigo, Cristiano Ronaldo não deixou de estar no centro da análise pós-jogo e sobretudo num debate quentinho entre Roy Keane e Gary Neville, antigos companheiros do português no clube, na Sky Sports.

Se é certo que o ex-médio defendeu o capitão da seleção portuguesa, dizendo que houve futebolistas a fazerem pior no United, o ex-lateral foi mais drástico na sua posição quanto à postura do avançado que recusou ser suplente utilizado contra o Tottenham, abandonando o relvado antes do jogo acabar. “O Cristiano Ronaldo terá de ir para outro lado e jogar todas as semanas porque ele não consegue aceitar estar no banco”, disse o antigo internacional inglês, comentador e cronista.

“Acabem com isto esta semana ou criem uma trégua até ao Campeonato do Mundo e depois acabem com isto”, sugeriu Neville, antes de reforçar com um “isto tem de acabar”.

Fontes da ESPN junto do clube garantiram, no sábado, que o futebolista português não teve interessados no seu concurso após a janela de transferências no verão, quando o clube terá assumido uma postura diferente, aceitando a saída do jogador a custo zero.

O ex-guarda-redes de Inglaterra, Rob Green, sugeriu num programa de rádio da BBC que “duvida” que Cristiano volte a jogar pelo Manchester United novamente. “É um divórcio confuso, mas o [Erik] ten Hag esperou pelo momento. O Ronaldo queimou as pontes.”

Depois daquele episódio no United-Tottenham, Cristiano publicou uma mensagem nas redes sociais reconhecendo o erro. “Comecei [a jogar] muito novo, e os exemplos dos jogadores mais velhos e experientes sempre foram muito importantes para mim. Por isso, mais tarde, sempre tentei ser um exemplo para os mais jovens que estão nas equipas que represento. Infelizmente isso nem sempre é possível, e às vezes o calor do momento leva a melhor”, confessou o número 7.

Também Peter Schmeichel comentou o caso antes do clássico com o Chelsea, no Stamford Bridge. “Tem sido triste termos de falar nisto, em vez de quão bem o United jogou [com o United]”, começou por dizer o guarda-redes que jogou pelos red devils entre 1991 e 1999. "São muitas emoções para o Cristiano, ficou sentado no banco, quer envolver-se [no jogo e equipa}, reagiu de uma forma que não foi ótima, tenho a certeza que ele sabe que não foi ótima. Mas o Erik ten Hag lidou com isso, o Cristiano não está cá hoje [sábado]. É o castigo dele.”

Schmeichel, hoje com 58 anos e com uma passagem importante pelo Sporting já perto do fim da carreira, tentou antecipar o que vai acontecer a seguir. “Quando este jogo acabar [vs. Chelsea], é uma situação nova e estará envolvido outra vez. E tenho a certeza, da maneira que o conhecemos, que o Cristiano, sempre que é criticado ou está debaixo dos holofotes pelas razões erradas (que têm sido poucas vezes, devo dizê-lo), volta sempre muito melhor e mostra que estão todos errados.”

Cristiano Ronaldo, de 37 anos, marcou apenas dois golos esta temporada e não tem sido aposta do novo treinador do Manchester United, Erik ten Hag, contratado no verão ao Ajax. Alguns rumores apontam para uma saída, já em janeiro, para o campeonato de futebol norte-americano, a Major League Soccer.