Duván Zapata, internacional colombiano que atua atualmente na Atalanta, viveu um momento caricato e, acima de tudo, pouco agradável na cidade de Bérgamo, sede do clube, e onde Zapata vive. Conta esta quinta-feira o “Corriere della Sera” que o avançado terá sido impedido por um segurança de entrar num banco. O homem ter-lhe-á mesmo dito: “Onde pensas que vais? Vai a outro lado. Isto não é lugar para pessoas como tu”.
De acordo com o jornal italiano, terá sido notória a intenção de ofender o jogador pelo tom racista com que foram proferidas as palavras. Zapata ainda se terá dado ao trabalho de responder: “Sou o Zapata, deixa-me entrar”. No entanto, nem identificando-se o colombiano conseguiu fazer com que o deixassem ir ao banco. Até que a intervenção de vários funcionários veio serenar os ânimos.
Os trabalhadores falaram com o segurança para o fazer ver que se tratava mesmo de Zapata – como se essa fosse a condição essencial para entrar numa delegação bancária ou comercial. O jogador da Atalanta conseguiu fazer o que pretendia, mas o caso veio juntar-se a um número significativo de situações discriminatórias ligadas ao futebol italiano.
Desde os insultos racistas durante os jogos, passando pelas abordagens menos corretas nos espaços públicos, o calcio tem ganho mau nome pela forma como os seus protagonistas são tratados. Uma das situações mais recentes envolveu Tiémoué Bakayoko, médio do Chelsea que esteve, na última época, a jogar no AC Milan, por empréstimo. Em julho, no centro de Milão, o futebolista foi obrigado pela polícia a parar o carro. Foi revistado e viu a companheira ser ameaçada com uma arma. Mais uma vez, só a identificação do jogador fez com que a cena fosse interrompida e Bakayoko fosse à sua vida.
Em 2019, na sua primeira passagem pelo Inter, Romelu Lukaku foi vítima de insultos racistas num encontro com o Cagliari e nem os próprios adeptos do clube de Milão defenderam o avançado belga.