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Klopp disse que City, Newcastle e PSG “fazem o que querem” e foi acusado de xenofobia. O alemão rejeita as alegações

O técnico do Liverpool falou sobre o estado financeiro dos clubes detidos por estados do Golfo Pérsico. Durante o duelo com o City, que os de Anfield ganharam, houve moedas atiradas a Guardiola, cânticos ofensivos, e Klopp viu o cartão vermelho por conduta imprópria. O alemão rejeita que as suas declarações tenham tido um caracter xenófobo e que tenha contribuído para um ambiente mais quente no jogo

Expresso

PETER POWELL/EPA

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O treinador do Liverpool, Jürgen Klopp, rejeitou as acusações de xenofobia na sequência do seu comentário relativo ao poderio financeiro dos clubes detidos por estados do Golfo Pérsico. O alemão nega igualmente que os seus comentários tenham contribuído para aumentar a tensão entre reds e o Manchester City.

Depois de vencer o Manchester City por 1-0, em Anfield, e ver um cartão vermelho por conduta imprópria, surgiram acusações – alegadamente ligadas ao City – de que os comentários proferidos por Klopp antes do encontro teriam sido combustível para o ambiente já por si inflamado, com Pep Guardiola a ser atingido por moedas durante o jogo e o autocarro dos de Manchester a ter sido vandalizado após o jogo.

Antes, Klopp havia falado sobre o facto de o Liverpool não conseguir competir com três clubes que “fazem o que querem” financeiramente. A referência a City, Newcastle e PSG, todos eles detidos por fundos ligados a petro-estrados, foi considerada xenófoba. A acusação anónima foi dirigida a alguém que, lembra o jornal “The Guardian”, tem promovido a inclusão ao longo da sua carreira.

Sobre a alegação, Klopp disse: “Eu não sinto nada, neste caso. Conheço-me. E não conseguem atingir-me com algo que está a milhas da minha personalidade. Se eu fosse (…) assim, detestaria. Detestar-me-ia por ser assim. Já disse muitas coisas que poderiam ser mal-entendidas. (…) Não foi com intenção. (…) Mas este não foi um desses momentos”.

O alemão prosseguiu: “Se tenho de ser cuidadoso? Há anos que sei que não sou sempre cuidadoso. (…) Apenas respondo dizendo o que penso. (…) Normalmente, não é meu objetivo culpar alguém, apenas falo sobre coisas que considero importantes na vida. Digo o que sei sobre isso, como o julgo ou como o vejo. Não posso mudar isso”.

Jürgen Klopp crê que o seu julgamento da situação financeira dos três clubes referidos foi mal-entendida e coloca a hipótese de as acusações ter sido feitas deliberadamente: “É a vida das pessoas que falam em público”, disse, lembrando: “Eu sei o que pensei quando o disse”.

Sobre a relação com o Manchester City, Klopp já tinha sido perentório antes do jogo: “Não me parece que tenhamos de ser melhores amigos dos outros clubes. Não me parece que alguém queira ser o nosso melhor amigo”. No entanto, o técnico não escondeu que considera Guardiola o melhor treinador do mundo e o norueguês Erling Haaland o melhor avançado da atualidade.

Durante o embate, foram ouvidos cânticos insultuosos do lado da bancada destinada aos adeptos do City. O clube da cidade vizinha – e rival – não condenou, até agora, segundo o jornal “The Guardian”, a atitude dos seus seguidores. Klopp não quis comentar o silêncio dos rivais: “Reagimos enquanto clube [com uma declaração sobre os cânticos e as moedas atiradas a Guardiola] e era isso que tínhamos de fazer. (…) Além disso, qualquer coisa de um falante não-nativo de inglês estaria novamente aberta a más interpretações”.