Virgil van Dijk é considerado um dos melhores jogadores do mundo. O defesa central neerlandês do Liverpool queixa-se, no entanto, da forma como o bem-estar dos futebolistas é “esquecido” nos momentos menos bons. “Por cá, todos são muito bons a levar um jogador ao céu e a deixá-lo cair com a força toda”, disse Van Dijk, que acrescentou: “Esquecemos o bem-estar dos jogadores e todos falam sobre devermos aceitar os factos”.
Virgil, de 31 anos, estava a referir-se ao caso do companheiro de equipa Trent Alexander-Arnold. O internacional inglês, de 23 anos, que Gary Neville considerou poder vir a ser um dos melhores laterais direitos do mundo (se trabalhar a parte defensiva), queixou-se há dias do tratamento dado aos futebolistas quando não jogam tão bem. “Continuar a trabalhar – não apenas ele, como outros jogadores – e lidar com isso é aquilo de que precisamos, todos”, disse o neerlandês.
Alexander-Arnold tem sido particularmente criticado neste início de época. Mesmo o selecionador inglês deu a entender que o lugar do jogador do Liverpool na convocatória para o Mundial pode estar em risco - já falhou a lista da Inglaterra para o Euro 2020. Gareth Southgate considerou que o jogo de Alexander-Arnold fica atrás do de Kieran Trippier, do Newcastle, adversário na luta por um lugar no lote que vai ao Catar.
O jogador falou à “BT Sport” depois do jogo da Liga dos Campeões frente ao Rangers, no qual até marcou um golo de livre. “Seja como for, eu tento sempre pensar positivo. As pessoas vão dizer coisas, mas, para mim, tem tudo a ver com ir à luta e ajudar a equipa a ganhar jogos”, disse. Quem fez questão de defender o seu pupilo foi Jürgen Klopp, que considerou o inglês “excecional”, acrescentando que o contrataria para qualquer equipa que treinasse.
Por cá, situação semelhante aconteceu com a exibição do guarda-redes Antonio Adán, do Sporting, na goleada do Marselha por 4-1. O guardião, tantas vezes vital – incluindo na conquista do título, há duas épocas – foi fortemente criticado nas redes sociais pela exibição pouco conseguida, que terminou com uma expulsão. “São dias que acontecem, nada corre como queremos”, disse o espanhol à flash interview da “Eleven Sports”, no final do encontro.
Perante a chuva de críticas, Rúben Amorim recusou culpar Adán. O técnico frisou que “são momentos difíceis”. “Todos passamos por eles. Faz parte e só nos torna mais fortes”, sublinhou o treinador, acrescentando: “[Adán] sabe analisar, não preciso dizer-lhe nada, já nos salvou tantas vezes”.
Van Dijk considera: “Se os jogadores de há 10 ou 20 anos estivessem a ser vistos ao microscópio como nós, haveria muitos com dificuldades. Chega sempre a ti e não é fácil mantê-lo lá fora e seguir cabisbaixo. Ou então, precisas de viver debaixo de uma pedra e aparecer só para treinar e depois ir para casa e ir a jogo e voltar para casa. Temos de lidar com isso, mas não é fácil”.