Antigo primeiro-ministro de Itália e, durante décadas, ligado ao AC Milan, o controverso Sílvio Berlusconi é agora, aos 85 anos, presidente do Monza. O clube foi esta época promovido à Serie A, 110 anos depois da última presença na categoria máxima do futebol transalpino. “Levar o Monza à Serie A (…) deu-me mais alegria do que ganhar a Liga dos Campeões”, afirmou o dirigente em entrevista à Tele Lombardia.
As lideranças de Berlusconi, na política, nas empresas ou no futebol, sempre se concentraram nas suas mãos. Aparentemente, não será diferente no Monza e Berlusconi assume que vai manter velhos hábitos: “Intervirei diretamente nas escolhas [táticas] (…), dando conselhos, porque assim fiz com todos os treinadores do Milan”. O presidente diz, no entanto, que o treinador atual, Palladino, merece ter “a equipa nas suas mãos”.
Na jornada do último fim de semana, a pequena equipa venceu a Juventus por 1-0 e abandonou o último lugar da Serie A. Berlusconi ficou eufórico: “Finalmente, um grande jogo e uma grande vitória. Sempre disse que este Monza tem um grande potencial que não demonstrou nas primeiras jornadas por várias razões”.
“Mostrei que, no futebol, sei alcançar os objetivos a que me proponho”, acrescentou Berlusconi, ao seu estilo, num momento de euforia, após o importante resultado do fim de semana passado. Como sempre, impera a primeira pessoa do singular. “Ganhar à Juventus parece-me uma boa forma de começar um novo caminho”, rematou.
O Monza conta no seu plantel com o internacional português sub-21 Dany Mota e vários jogadores já internacionais por Itália, como Stefano Sensi, Andrea Ranocchia ou Matteo Pessina, que foi campeão europeu em 2020.
Berlusconi tomou as rédeas do Monza em setembro de 2018, com o apoio de Adriano Galliani, antigo diretor geral do AC Milan. A equipa estava então na Serie C, a terceira divisão italiana. Juntos, Berlusconi e Galliani conquistaram quase três dezenas de troféus entre 1986 e 2016 e agora querem levar o pequeno clube ao topo. Em 2020 subiu à Serie B e esta temporada deu-se o regresso ao principal escalão.