Thomas Tuchel, experiente treinador alemão recentemente despedido pelo Chelsea, após a derrota por 1-0 frente ao Dínamo de Zagreb, considera-se “honrado” por fazer parte da história do clube londrino. O antigo técnico de PSG e Borussia Dortmund assume-se adepto e diz mesmo que o Chelsea “terá sempre um lugar especial” no seu coração.
Tuchel, de 49 anos, foi despedido após o seu 100.º jogo à frente da equipa. Entretanto substituído por Graham Potter, ex-Brighton, o alemão deixa um legado inegável em Stamford Bridge, dizendo ter ficado “devastado” por ter terminado o seu tempo à frente da equipa.
Nas redes sociais, Thomas Tuchel escreveu: “Esta é uma das mensagens mais duras que já tive de escrever, que eu pensava não ter de transmitir durante muitos anos. Este é um clube onde eu me sentia em casa, tanto profissional como pessoalmente. (…) O orgulho e a alegria que senti ao ajudar a equipa a vencer a Liga dos Campeões e o Campeonato do Mundo de Clubes ficará comigo para sempre”.
Em 19 meses, o treinador germânico levou o Chelsea à glória nas acima-referidas competições internacionais, com destaque para a Liga dos Campeões, em 2020/21 mas também a Supertaça Europeia, em 2021. Ficou a falhar a Premier League, demasiado exigente tendo em conta a concorrência de Manchester City – que bateu na final da Liga dos Campeões – e Liverpool.
Thomas Tuchel chegou a Londres em janeiro de 2021, menos de um mês após a saída do PSG. Por vezes controverso, foi aproveitado pelos criativos media britânicos para alimentar uma rivalidade com o compatriota Jürgen Klopp, do Liverpool. Bastante diferentes na abordagem aos jogos e na forma como se expressam, ambos os técnicos explodem com relativa facilidade. Para a posteridade ficou também o dérbi entre Chelsea e Tottenham, com as equipas técnicas a envolverem-se em confrontos físicos, em grande parte – versão dos blues – devido às celebrações de Antonio Conte, treinador dos Spurs, que irritaram o adversário.
Já na pré-temporada 2022/23, numa digressão pelos EUA, Tuchel viu-se sem jogadores importantes devido à falta de vacinação anti-covid-19. O técnico foi claro: “No momento, vacinar-se é uma decisão muito normal. Os jogadores tomaram a decisão de não o fazer. Temos de seguir as regras, eles não podem juntar-se a nós. E eles sabem das consequências. Não gostamos, claro que não. (…) Eu conheço alguns jogadores que também contrataria sem vacinas, devo dizer”.
Contratado pelo polémico Roman Abramovich, Thomas Tuchel viveu a transição prolongada entre o reinado do russo e a compra por parte dos atuais proprietários. Pelo meio, a busca frenética por compradores, uma vez que as sanções à Rússia e aos oligarcas fez com que o multimilionário com cidadania portuguesa fosse forçado a vender à pressa o clube inglês.
Os novos donos do Chelsea, liderados pelo milionário americano Todd Boehly, emitiram um comunicado na quarta-feira passada, considerando que este era “o momento certo” para trazer um novo treinador. Atualmente, os blues são sextos na Premier League, com três vitórias, um empate e duas derrotas.