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“Houve provocação, mas definitivamente foi a reação errada. Ele vai aprender com isso”: Klopp e o vermelho direto de Darwin

Com 1-0 no marcador para o Crystal Palace, Darwin Núñez sucumbiu às manobras do defesa que o marcava e reagiu, vendo o cartão vermelho direto por agressão. Jürgen Klopp não teve dúvidas: "Sim, é cartão vermelho. Reação errada naquela situação. O Andersen queria aquilo e conseguiu-o. Claro que eu vou falar sobre isso com o Darwin, mas não é já"

Hugo Tavares da Silva

PAUL ELLIS

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Cada vez que podia, Joachim Andersen dava-lhe um toque, mordia-o com as mãos, encostava os pés, o peito, o que pudesse. Darwin Núñez foi caindo na armadilha do defesa dinamarquês e, denunciando-o, foi mandando umas bocas ou reagindo como alguém que já tinha o outro debaixo da pele. Andersen, cansado de saber o que estava a fazer, continuou, até que, aos 57’ e depois de um gesto desavindo do pescoço uruguaio, foi pedir explicações ao futebolista do Liverpool com um empurrão e um dedo em riste.

Darwin reagiu com uma cabeçada na boca ou queixo do marcador direto. O árbitro até parece hesitar, ao caminhar calmamente pelo jogador dos reds, e expulsou-o a seguir, talvez depois de uma indicação do árbitro auxiliar. O sul-americano pediu explicações ao juiz e pouco depois surgiu James Milner, o capitão, para levá-lo dali, sem sequer miar para o árbitro, encaminhando-o para fora do relvado. Essa foi claramente a segunda lição do evento. A primeira ficou a cargo de Jürgen Klopp.

“Houve provocação, mas definitivamente foi a reação errada”, começou por dizer o treinador alemão. “Ele vai aprender com isso. Infelizmente, ele terá agora três jogos para fazê-lo. Não é fixe para nós, mas é como é.”

O “The Guardian” assume que o ex-jogador do Benfica deverá falhar três jogos, contra Manchester United, Bournemouth e Newcastle.

Peter Byrne - PA Images

“Entrei [no balneário, depois do jogo] e queria ver a situação [na televisão]", continuou Klopp. "No jogo não consegui ver nada para saber o que se tinha passado. Eu vi o Andersen no chão e o Darwin a afastar-se. Essa foi a imagem que tive. Depois eu vi o lance: sim, é cartão vermelho. Reação errada naquela situação. O Andersen queria aquilo, conseguiu-o, mas ele [Núñez] fez um erro. Claro que eu vou falar sobre isso com o Darwin, mas não é já.”

Quando o cartão vermelho saiu do bolso do árbitro, o Liverpool perdia em casa contra o Crystal Palace, após golo do indomável Wilfried Zaha, acompanhado por Eberechi Eze. O golo dos visitantes foi uma ode ao timing e afinação.

Klopp acrescentou ainda que a equipa esteve bem em alguns momentos, admitindo que havia “muitas pernas” alheias na grande área do Palace, treinado por Patrick Vieira. “Penso que eles bloquearam sete remates na primeira parte, isso é um número incrível. O início da segunda parte foi positivo outra vez e depois aconteceu o cartão vermelho. Mas foi a melhor reação possível, um golo maravilhoso, e por esse momento foi um jogo especial”, desabafou.

Clive Brunskill

O "golo maravilhoso" foi marcado por Luis Díaz, depois de deixar alguns rivais para trás, num serpentear hipnotizante, quatro minutos depois da expulsão de Darwin.

Depois do empate contra o Fulham de João Palhinha e Marco Silva na jornada inaugural, o Liverpool volta a tropeçar, somando apenas dois pontos, o que já representa uma desvantagem de quatro pontos para o Manchester City e o Arsenal, que vai voando com Gabriel Jesus a liderar a banda.

Na próxima segunda-feira, às 20 horas (Eleven Sports 1), o Liverpool visita o campo do Manchester United, uma equipa a viver uma crise de identidade, confirmada pelas duas derrotas em duas jornadas (1-2 Brighton; 0-4 Brentford).