Perfil

Futebol internacional

Luiz Felipe Scolari está pela 6.ª vez nas meias-finas da Libertadores, mas a reforma está perto: “Dificilmente vou continuar”

É a sexta vez que Scolari está entre as quatro melhores equipas da maior prova de clubes da América do Sul, desta vez eliminando o Estudiantes da Argentina. O clima de alegria foi ensombrado pelo tom de despedida usado pelo antigo selecionador brasileiro

Expresso

Marcelo Endelli/Getty

Partilhar

É a sexta vez que o antigo Luiz Felipe Scolari, que treinou por duas vezes a seleção do Brasil, marca presença nas meias-finais da Copa Libertadores, desta vez com o Athetico Paranaense. Antes disso, o técnico tinha lá chegado duas vezes com o Grémio e três com o Palmeiras, que também conduziu à final, embora nesse ano tenha sido derrotado. Scolari tem dois troféus da Libertadores, um com o Grémio e outro com o Palmeiras - equipa hoje treinada por Abel Ferreira, que vai defrontar na próxima fase da prova.

Desta vez, a sua equipa eliminou o Estudiantes de la Plata, da Argentina, por 1-0, ao cair do pano. Scolari apreciou de forma especial a qualificação do clube e atreveu-se a incluir o momento entre os marcos da sua carreira, uma das palavras-chave da noite. Escreve a "Globo Esporte" que, aos 73 anos, o técnico usou um tom de despedida durante quase toda a conferência.

Scolari já foi contratado para ser diretor-desportivo do clube do Paraná, pelo que deverá continuar como treinador até ao fim do ano, tomando então posse do novo cargo: “Hoje é um dia especial para mim. No final de uma carreira, eu estou levando junto com esse pessoal o Athletico para uma posição que me foi solicitada pelo presidente, sonhando com isso. O sonho deles continuará através dessa qualificação na Libertadores”.

Escreve o site brasileiro que mesmo o futuro como dirigente foi deixado em aberto pelo experiente técnico: “Dificilmente vou continuar. Se eu conseguir mais algum título com esse grupo, e nós vamos conseguir, está na hora de terminar também. A família está pedindo isso. Acho também que, com 73, 74 [anos] no fim do ano, não é que pese, mas deixa a gente cansada demais naquele banco. (…) A gente coloca alguém da comissão como técnico e vai ficar por fora, se continuar. Não sei ainda se a minha família vai deixar. Vontade temos, mas [tenho de] pensar sobre isso”.

Sobre a forma como pensa que os adeptos devem ver a vitória do seu clube na Libertadores, Scolari foi claro: “O torcedor deve sentir-se muito feliz. Ele está vendo que estamos a jogar muitas vezes da mesma forma que os adversários, mas eles são muito fortes. Hoje, se não fossemos fortes, não venceríamos”.

Luiz Felipe Scolari chegou ao Paraná no início de maio deste ano. Nessa altura o Athletico estava com poucas hipóteses de avançar na Libertadores e perto da zona de descida do Brasileirão. “Quando chegámos, o Athletico estava lá em baixo na classificação e precisava deste estímulo (…) e eles [jogadores] acreditaram. É bom trabalhar assim. (…) Hoje não fizemos uma boa partida, mas competimos. Dessa forma, conseguimos superar as dificuldades”, disse o treinador.

No reinado de Scolari, o Athletico acumulou bons resultados, qualificou-se para as eliminatórias da maior competição sul-americana de clubes, está nos quartos de final da Taça do Brasil e é o quarto classificado da Série A do Brasileirão. Em 26 jogos, os do Paraná têm 16 vitórias, sete empates e três derrotas. E um treinador vencedor, para já.