A azáfama é a sombra de Svend Graversen. O amanhecer dos sintomas chega por SMS, “escrevo-te 15 minutos antes de estar pronto”, seguido de um “tenho 10 minutos agora mesmo” que se encurta para apenas sete quando a sua cara a fitar a videochamada, de óculos postos e careca a reluzir nas luzes brancas do teto. Anda pelos corredores das instalações do Midtjylland, algures em Herning, sem se repousar por mais que uns 10 segundos. O diretor-desportivo está entre reuniões e distribui o que parecem ser cumprimentos em dinamarquês ao cruzar-se com pessoas.
É algures por entre essas paredes, ou na vizinhança próxima, que estará a ‘Guldminen’, academia do clube que alberga 75 miúdos dos sete aos 12 anos para serem esculpidos, não necessariamente, em futebolistas ou andebolistas, as modalidades em que o Midtjylland quer formar “os melhores jogadores”. A ‘Mina de Ouro’ é uma escola de acesso gratuito onde se “acredita mais no contexto do que no talento inato”, palavras lidas no site do projeto e que Svend Graversen não diz, mas reforça com as suas: “Precisamos de nos centrar na pessoa inteira e não só no futebolista, os valores atrás do jogador são muito importantes para nós”.