O divórcio inevitável entre PSG e Mauricio Pochettino, o mais recente de muitos (e dispendiosos) na história recente do clube francês
O treinador argentino, que chegou a Paris em janeiro de 2021, já não lidera a equipa do PSG, mesmo com a recuperação do título francês e uma meia final da Liga dos Campeões. Nos bolsos, Pochettino leva alguns milhões, tal como Laurent Blanc e Thomas Tuchel, antes dele
06.07.2022 às 11h53
David Ramos/Getty
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Faltava um ano de contrato a Mauricio Pochettino, mas há muito que a separação entre treinador argentino e clube francês parecia inevitável. Chegado a Paris em janeiro de 2021, o antigo técnico do Tottenham recuperou o título nacional, perdido por si na temporada anterior para o Lille, e chegou, na sua primeira época, às meias finais da Liga dos Campeões. Não foi o suficiente para ficar.
A partida do treinador de 50 anos e da sua equipa técnica foi oficializada na quarta-feira, a meio do dia, em comunicado lacónico: “O Paris Saint-Germain confirma ter posto termo à colaboração com Mauricio Pochettino”. Poucas horas mais tarde, anunciava-se a chegada de Christophe Galtier, o senhor que se segue, contratado ao Nice e campeão na época anterior com o Lille. De acordo com o jornal “Le Monde”, Galtier insere-se na nova política do clube: “Made in France”.
Diz o jornal gaulês que, na hora do adeus, o argentino aparentava nunca ter desempenhado a função de técnico do PSG. Pochettino substituiu Thomas Tuchel a meio da temporada 2021/22. Chegou com a promessa de um homem de princípios e de resultados. Lembre-se que o treinador tinha levado o Tottenham a uma final da Liga dos Campeões, em 2019.
Quando, no seu primeiro ano, Mauricio Pochettino deixou fugir o título para o Lille e chegou às meias finais da Liga dos Campeões, que perdeu para o Manchester City, diz o “Le Monde” que, já nessa altura, “a doença era palpável”. De pouco lhe terá servido a vitória na Ligue 1, esta época, e a presença nos oitavos de finais da competição de clubes mais importante da Europa, com uma derrota frente ao Real Madrid.
Pochettino, acusado pelos orgulhosos franceses de nunca se ter esforçado por aprender a sua língua, sai de Paris com 10 milhões de euros nos bolsos, fruto do ano de contrato que ainda lhe restava. É mais uma das fortunas gastas pelo PSG a indemnizar os treinadores despedidos ao longo dos últimos anos.
O argentino junta-se assim a Laurent Blanc e a Thomas Tuchel, seus antecessores no comando da equipa parisiense e nas saídas cabisbaixas, mas bem compensadas. O técnico francês foi despedido em 2017 e levou para casa 22 milhões de euros. O alemão, atual técnico do Chelsea, chegou em 2018 e saiu em 2020, com uma indemnização de sete milhões. Entre os dois, Unai Emery também não conseguiu levar o PSG ao objetivo da vitória na Champions, deixando o clube no final do contrato, antes da chegada de Tuchel.
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