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Futebol feminino

Mais um país dá passo em frente pela igualdade: jogadores e jogadoras de futebol da seleção do País de Gales vão receber o mesmo salário

O acordo, afinal, não é nada complicado. Quem recebe mais aceita ceder um pouco nesse valor e quem recebe menos conquista a igualdade. Foi assim que a Federação de Futebol do País de Gales conseguiu garantir o mesmo salário para todos os seus jogadores, sejam eles homens ou mulheres

Rita Meireles

Christian Kaspar-Bartke

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A seleção do País de Gales é a mais recente a contribuir para a igualdade no futebol. Depois do exemplo deixado por outras seleções, a Federação de Futebol do País de Gales (FAW) anunciou que os jogadores seniores masculinos e femininos vão receber os mesmos montantes por representarem o seu país.

A forma que encontraram para tornar este acordo possível passou por um corte de 25% nos salários dos jogadores da equipa masculina, o que vai permitir um aumento de 25% nos salários do lado feminino. Desta forma todos os jogadores representam o país em pé de igualdade.

"Como parte da luta da FAW em prol da igualdade, temos orgulho em anunciar que, em conjunto, as nossas equipas masculina e feminina concordaram com uma estrutura de igualdade salarial para futuros jogos internacionais. Esperamos que isto permita às futuras gerações de rapazes e raparigas ver que existe igualdade no futebol internacional galês, o que é importante para a sociedade no seu conjunto", anunciaram, num comunicado conjunto, as duas equipas.

Gemma Grainger, treinadora da equipa feminina, já reagiu à notícia, que considera muito importante: "Estou muito feliz com a igualdade salarial. Igualdade e garantir que o que temos aqui é igual é tão importante para nós. O jogo das mulheres está a crescer e vai continuar a crescer", disse à BBC Sports.

País de Gales junta-se a outros países que já anunciaram a mesma decisão. São eles os Estados Unidos, Brasil, Inglaterra, Austrália, Noruega e Nova Zelândia. Mas as boas notícias terminam aqui, até porque em outros países existem negociações que, assim como aconteceu no caso dos Estados Unidos, serão terminadas em tribunal.

A equipa feminina da Escócia tomou medidas legais contra a sua federação, numa luta pela igualdade salarial e de condições, após o fracasso das negociações entre as duas partes.

Pior que isto só mesmo os países em que o tema nem sequer parece estar em cima da mesa. É o caso de Portugal que, após um dos melhores anos da história da equipa nacional feminina, continua a não dar sinais de que a igualdade salarial será uma possibilidade ou algo a ser discutido entre federação e jogadoras.