Iker Casillas deu que falar no passado domingo, depois de fazer uma publicação no Twitter onde anunciava: "Espero que me respeitem: sou gay". O tweet foi mais tarde apagado e o antigo guarda-redes espanhol revelou que a sua conta tinha sido pirateada e pediu desculpa aos adeptos e à comunidade LGBTQ+. Pelo meio houve ainda espaço para uma resposta de Carles Puyol, que mais tarde fez também um pedido de desculpas público: "Chegou o momento de contar a nossa história, Iker", brincou.
Apesar de Casillas ter justificado o ocorrido com o facto de ter sido pirateado, a imprensa espanhola avançou que o tweet poderia ter sido uma resposta à especulação sobre a sua vida privada na sequência da sua separação com Sara Carbonero, no ano passado.
Seja qual for a verdadeira história, Casillas e Puyol não escaparam às críticas, tanto da parte dos seguidores que leram as publicações, quanto de outros futebolistas - entre eles Josh Cavallo, australiano que é um dos únicos jogadores no ativo assumidamente homossexual.
Muitas reações chegaram também de jogadoras de futebol feminino. “Espero que me respeitem: estou farta de homofobia”, escreveu a internacional neerlandesa Merel van Dongen nas suas redes sociais. A jogadora, que é homossexual, juntou ainda a hashtag #YouCanCountOnMe (podes contar comigo) ao tweet.
Esta segunda-feira, Lucy Bronze, jogadora do Barcelona e da seleção inglesa, também reagiu ao sucedido. Em comparação com o futebol masculino, há um número maior de desportistas abertamente homossexuais no futebol feminino. Bronze defendeu, no seguimento das reações que leu, que as redes sociais sejam mais acolhedoras nas conversas sobre o tema.
"Obviamente no início ninguém sabia realmente que era uma piada", disse a internacional inglesa. “A reação não foi normal, fosse das redes sociais, dos fãs, das pessoas que comentaram - fosse ou não uma piada, não conheço o Casillas, por isso não sei”.
Confrontada com as reações, Bronze acredita que é necessário que as pessoas adquiram mais conhecimento sobre o tema: "Mostra que ainda há muita educação e muitas conversas que precisam de ser feitas para tornar o mundo e o mundo das redes sociais um lugar melhor e mais confortável para ter conversas abertas, quando elas são reais e quando não são".