Na capa surge Michael Schumacher sorridente, nas letras gordas a promessa de uma “entrevista exclusiva” ao sete vezes campeão mundial de Fórmula 1, com respostas dele próprio e não “meias-palavras de amigos”. Do mesmo Schumacher, de quem pouco se sabe e nada se ouve desde aquele devastador acidente de esqui em dezembro de 2013, que o deixou com graves sequelas cerebrais.
Soube-se depois que as respostas de Schumacher à revista alemã “Die Aktuelle” foram na verdade geradas por inteligência artificial.
“A minha vida mudou completamente desde o acidente. Foram tempos terríveis para a minha mulher, filhos e para toda a família” ou “Fiquei ferido com uma tal gravidade que fiquei meses deitado numa espécie de coma artificial, porque de outra maneira o meu corpo não teria aguentado” são duas das frases da “entrevista” que chocou os fãs e a família do ex-piloto.
Entre o engano ao leitor e o mau gosto da história, a “Die Aktuelle” terá agora de responder na justiça. À Reuters e ao “Telegraph”, um representante da família Schumacher confirmou que serão tomadas ações legais contra a publicação.
Praticamente 10 anos após o acidente nos Alpes franceses, o estado de saúde de Michael Schumacher é uma incógnita. Depreende-se que o antigo campeão viva na Suíça com a família, mas poucos dados foram adiantados por aqueles que lhe são mais próximos. “Estamos juntos, vivemos juntos em casa. Fazemos reabilitação. Fazemos tudo o que nos é possível para que o Michael fique melhor e para assegurar que está confortável”, revelou Corinna Schumacher, a sua mulher, no documentário “Schumacher”, de 2021.
Jean Todt, antigo líder da Ferrari e uma das únicas pessoas autorizadas a visitar Schumacher, explicou numa entrevista ao canal alemão RTL que tem o hábito de “ver corridas” com o seu antigo piloto, com quem formou uma dupla campeã no construtor italiano.