Foi um Grande Prémio caótico em Melbourne, na Austrália. Três bandeiras vermelhas e os obrigatórios recomeços ditaram as proximidades entre os monolugares e consequentes toques ou promessas de toques. Um deles deu-se já na penúltima volta entre Carlos Sainz (Ferrari) e Fernando Alonso (Aston Martin), que seguiam na quarta e terceira posição, respetivamente. Alonso perdeu muitos lugares, mas outros acidentes levantaram mais uma bandeira vermelha, então a direção de corrida decretou que a última volta seria protocolar e feita ordenadamente atrás do safety car.
Nesses entrentantos Sainz ficou a saber que foi penalizado em cinco segundos por esse toque, o que significava que ficaria no último lugar entre os 12 carros que terminaram. Ou seja, zero pontos na ficha. O piloto, sentado na besta vermelha, estava incrédulo.
“Fizemos uma petição para revisão do caso, enviámo-la à FIA”, confirmou Fred Vasseur, chefe de equipa da Ferrari, recusando levantar demasiado o véu. De acordo com a Sky Sports, o argumento andará à volta dos outros dois incidentes que aconteceram na mesma volta, entre Pierre Gasly (Alpine) e Esteban Ocon (Alpine) e ainda Logan Sargeant (Williams) e Nick de Vries (Alpha Tauri), que não tiveram qualquer sanção ou consequência (os primeiros isentos de responsabilidades, os segundos não foram sequer investigados) e que, ao contrário do incidente entre os dois espanhóis, abandonaram a corrida no momento.

Fred Vasseur trocou a Alfa Romeo pela Ferrari em janeiro
NurPhoto
Vasseur considerou que a reação dos stewards não foi a mesma nos três casos e que por isso esperam “pelo menos” ter uma conversa com eles. “Até pelo bem deste desporto, para evitar este tipo de decisão quando tens três casos na mesma curva e diferentes decisões.”
A “muito leve" penalização à Red Bull
O responsável pela scuderia mais famosa do mundo falou nas últimas horas também sobre o domínio avassalador da Red Bull nas primeiras três corridas da temporada, beliscando mais uma vez a penalização que os atuais campeões do mundo sofreram na época passada por terem superado o orçamento estipulado pelas regras.
Para além da multa de quase 7 milhões de euros e da redução de 10% nos testes de aerodinâmica, os novos Red Bull estão a voar, o que leva Vasseur a considerar que a penalização foi “muito leve”, mesmo que admita que os rivais “fizeram um trabalho muito bom”.
E explicou: “Se tens uma vantagem no início da temporada porque gastaste mais dinheiro no ano anterior, isso é uma compensação. Não estou a tentar encontrar desculpas, mas, se me pergunta se a penalização é muito leve, eu digo sim”.
O chefe de equipa da Ferrari revelou que, apesar da distância significativa para os Red Bull, o plano mantém-se. Foram feitos ajustamentos. Em Melbourne “foi muito melhor”, considera, e a ideia é continuar a melhorar.
“Nem a Red Bull pode dizer que tem tudo sob controlo, é o nosso negócio fazer um trabalho melhor em cada corrida, para entender melhor e extrair mais do potencial do carro”, sentenciou, revelando que o ambiente à volta dos pilotos é “incrivelmente bom”.
A próxima corrida é no Azerbaijão, no fim de semana de 28-30 de abril.