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Fórmula 1

A calculadora de Verstappen: se ganhar no Japão com a volta mais rápida, a F1 saberá quem é o campeão a quatro corridas do final da época

Não falta muito tempo para que se conheça o próximo campeão mundial de Fórmula 1, que ao que tudo indica será o mesmo do ano passado e pode acontecer já este fim de semana é uma opção. A domínio de Max Verstappen ao longo da temporada foi tal que o neerlandês pode estar perto de fazer algo que apenas Schumacher e Vettel conseguiram

Rita Meireles

Mario Renzi - Formula 1

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Faltam cinco corridas para o final do Mundial de Fórmula 1, mas há um piloto que se pode sagrar campeão já este domingo: Max Verstappen vai ter a segunda oportunidade de conquistar o seu segundo título mundial no Grande Prémio do Japão, após um sétimo lugar em Singapura o ter afastado da vitória mais rápida dos últimos 20 anos.

O piloto da Red Bull está 104 pontos à frente do seu rival mais próximo, Charles Leclerc, da Ferrari. A determinada altura do campeonato ainda pareceu que a luta entre os dois seria muito renhida, à imagem do que aconteceu no ano passado entre Verstappen e Lewis Hamilton, até uma série de erros na garagem da equipa italiana fizeram com que o cenário fosse diferente a esta altura do campeonato.

De tal forma que Leclerc não está seguro nem na segunda posição, com Sergio Pérez, da Red Bull, a apenas dois pontos, depois da vitória no fim de semana passado. George Russell, piloto da Mercedes, ainda estava na disputa pelo título de 2022 em Singapura, pelo menos no que à matemática diz respeito, mas, neste momento, já não entra nas contas. O britânico está a 138 pontos de Verstappen.

No fim de semana passado as probabilidades construíam um cenário muito improvável e, neste, as previsões já parecem estar mais inclinadas para uma decisão final. Ou seja, o neerlandês pode mesmo terminar a defesa do título este domingo.

Vencendo em Suzuka, Verstappen será coroado campeão caso Leclerc termine abaixo do segundo lugar. No entanto, a vitória com o ponto para a volta mais rápida garantirá o título, independentemente do local onde o piloto da Ferrari termine. O primeiro lugar do pódio garante também que Pérez fica fora da luta pelo título.

Caso seja um dos dois concorrentes diretos a vencer a corrida, Verstappen não será campeão e terá que esperar pela corrida seguinte, nos Estados Unidos.

Mas as possibilidades não terminam aqui. É que o neerlandês pode ser campeão caso termine em qualquer uma das primeiras seis posições, dependendo dos resultados dos adversários. Se não conseguir vencer no Japão, Verstappen precisa de um mínimo de oito pontos a mais do que Leclerc e um mínimo de seis pontos a mais do que Perez para ser coroado campeão. Matematicamente falando, ficar fora do top 6 será a morte do artista, pelo menos por agora.

Pode vir um novo erro da Ferrari, a falta de sorte de Leclerc, ordens da parte da Red Bull ou a corrida até se pode desenhar para acabar exatamente da forma que o neerlandês precisa. A verdade é que se Max Verstappen vencer, vai entrar para um grupo muito restrito na história da Fórmula 1.

Ganhar quando ainda faltavam seis corridas para o fim do campeonato é um recorde que Michael Schumacher detém desde que venceu o seu quinto título mundial, em 2002. Com cinco corridas de sobra conseguiu Nigel Mansell, uma década antes. Era a ele que Verstappen se iria juntar caso tivesse erguido o troféu de campeão na primeira possibilidade, em Singapura. Vencendo no Japão, com quatro corridas por disputar, junta-se a Schumacher e Sebastian Vettel, os únicos que conseguiram até hoje.

Apesar de ser um dos maiores campeões da modalidade, a par de Schumacher, Hamilton nunca conseguiu vencer um título tão cedo. O máximo para o sete vezes campeão do mundo foi ganhar quando ainda faltavam três corridas para o fim.

A verdade é que este ano já é mais uma questão de quando e não de quem, até porque a vantagem é tão grande que Verstappen pode mesmo retirar o carro por qualquer motivo e não condicionar a luta pelo título.