Depois de anunciar que terminará a carreira no final do ano, Sebastian Vettel falou com os jornalistas, no primeiro dia de Grande Prémio da Hungria, e admitiu que as suas preocupações sobre a crise climática e o papel da Fórmula 1 na contribuição para o problema tiveram peso na sua decisão. Além disso, o quatro vezes campeão do mundo mostrou-se "assustado" com o que o futuro lhe reserva.
Nos últimos anos, o piloto alemão tem-se mostrado atento às alterações climáticas e tem procurado usar os fins de semana de corrida para falar sobre questões ambientais e sociais. Ao mesmo tempo também assumiu, mais do que uma vez, a sua hipocrisia por ter essa preocupação e praticar um desporto com uma enorme pegada de carbono.
“Tenho outros interesses e pontos de vista e não posso ignorar estas vozes. Obviamente, viajar pelo mundo, carros de corrida e queimar recursos, literalmente, são coisas das quais não posso desviar o meu olhar. Uma vez que se olha para estas coisas e se tem consciência disso, penso que não se pode deixar de as ver. Quando se trata da crise climática, não há maneira de que a F1 ou qualquer desporto ou negócio possa evitá-la, porque ela tem impacto sobre todos nós. Talvez seja empurrado para trás ou seja mais silencioso, mas é apenas uma questão de tempo, que nós não temos”, afirmou.
A crise climática juntou-se ao facto de querer passar mais tempo com os filhos e ao crescente interesse que foi desenvolvendo por outras áreas, e chegou a decisão de optar pela reforma. Durante a sua carreira, o piloto venceu quatro títulos mundiais ao serviço da Red Bull. Em 2015 mudou-se para a Ferrari onde esteve na luta outras duas vezes, em 2017 e 2018, mas no final foi Lewis Hamilton que terminou em primeiro lugar. Atualmente Vettel é piloto da Aston Martin.
O que vem a seguir ainda não se sabe, mas Vettel está consciente que, depois de tantos anos dedicados à categoria-rainha, está a dar um passo para o desconhecido.
“A melhor corrida ainda está por vir. Na vida. O maior desafio é provavelmente esperar enquanto decidimos fazer outras coisas. É isso que estou a enfrentar e, com toda a honestidade, também tenho medo do que está para vir. Pode ser um buraco e não sei o quão profundo é e se vou conseguir sair dele”, disse.