“Não ser racista é insuficiente. Vivo num mundo dominado por brancos, tenho de ser muito cuidadoso porque distorcem-te palavras”
Numa entrevista ao "Guardian", após sagrar-se campeão mundial de F1 pela sétima vez, igualando Michael Schumacher, Lewis Hamilton aborda o tema do racismo e diz que alguns colegas seus não chegaram a perceber a importância de ajoelhar antes de cada corrida
17.11.2020 às 8h53

Dan Istitene - Formula 1
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O momento definidor
“Ver George Floyd naquele vídeo de oito minutos e trinta segundos, fez emergir muitas emoções que eu nem sabia estarem presas e suprimidas dentro de mim”.
O sétimo título
“Competir e ganhar campeonatos é ótimo, mas o que é que isso realmente significa? Não significa nada, a não ser que consigas fazer algo para mudar. Não consigo ficar calado neste momento. Por isso, decidi usar esta plataforma. Há muitas pessoas que estão em dificuldades, muitas mais que tiveram as experiências que eu tive e bem piores. Não é suficiente não ser racista. Tu tens de ser anti-racista. Tens de estar contra o racismo e apoiar estes movimentos”.
A Fórmula 1
“Estou num desporto dominado por brancos e, como sabe, tens de ser muito, muito, muito cuidadoso a abordar estes temas, porque as pessoas vão distorcer as tuas palavras e usá-las contra ti a maior parte das vezes”.
Os colegas
“Há pilotos com os quais trabalhei e que, no início, ajoelhavam-se e ficavam ali com a aquele ar de 'quanto tempo é suposto ficar assim?'. É interessante estar a desafiá-los, porque eles simplesmente não percebem no início. Ajoelhar é um momento muito simbólico e temos de continuar a usar esta plataforma para passar a mensagem. E é importante continuar a fazê-lo, porque de outra forma, este movimento pode ter uma morte silenciosa e voltámos ao passado”.
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