Na noite de 25 para 26 de maio, o quarto em que João Almeida se alojou era “muito quente”. Para tentar dormir melhor, o então quarto classificado do Giro d’Italia deixou a janela aberta. No entanto, a meio da noite o português acordou “com arrepios e muito frio”, massacrado por “dores corporais, de cabeça e quase sem voz”, recorda. O líder da UAE Emirates contactou então o médico da equipa, que lhe mediu a febre e deu comprimidos para as dores. Na manhã seguinte, o receio que pairava na mente de Almeida tornou-se realidade: dois testes rápidos e um PCR ditaram positivo à covid-19. O sonho da Volta a Itália terminava a quatro etapas do final.
Ainda a fazer isolamento na sua A dos Francos natal — mas já “sem sintomas graves” —, o ciclista recorda, por videochamada, a “tristeza” do abandono, que hipotecou “muitos meses de sacrifício e trabalho” e o impediu de “marcar o nome naquela corrida”. Estando a somente 49 segundos do terceiro lugar, o português tinha o feeling de que era bem possível terminar num pódio que para o ciclismo nacional é desconhecido desde as epopeias de Joaquim Agostinho.