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Federer vai doar 450 mil euros para que as crianças ucranianas continuem a ter acesso a educação

Federer vai doar 450 mil euros para que as crianças ucranianas continuem a ter acesso a educação
ANNE-CHRISTINE POUJOULAT/Getty

O tenista helvético voltou a usar a sua fundação para apoiar as crianças que mais precisam. Desta vez foi para a Ucrânia que doou 500 mil dólares, cerca de 450 mil euros. Desde que o país foi invadido pela Rússia, mais de seis milhões de crianças viram as suas vidas mudar, ficando sem acesso à educação

Rita Meireles

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia têm sido atacados edifícios como escolas e hospitais, zonas residências e outros espaços onde as pessoas que ficaram no país procuram abrigo e a segurança possível no meio de uma guerra. Para fugir de tudo isto, os que conseguiram, que são já mais de três milhões, pegaram no essencial e abandonaram o país em busca de uma vida longe dos ataques e do medo. Na sua maioria, são mulheres e crianças que não são obrigadas a ficar para trás e lutar.

Foi nestas crianças, que viram a vida mudar literalmente do dia para a noite, que Roger Federer pensou e, em conjunto com a sua família e a sua fundação, decidiu doar 500 mil dólares (cerca de 450 mil euros) "para estabelecer o acesso à escolaridade contínua das crianças ucranianas".

Segundo a publicação do tenista nas redes sociais, neste momento existem cerca de seis milhões de crianças sem acesso a educação devido à guerra. A ajuda financeira vai ajudar-las a “lidar com esta experiência extremamente traumática”.

"A minha família e eu estamos horrorizados por ver imagens da Ucrânia e com o coração partido pelas pessoas inocentes que foram tão terrivelmente afetadas", escreveu Federer. "Nós defendemos a paz".

Esta não é a primeira vez que Federer, que tem quatro filhos, ajuda crianças. A Roger Federer Foundation foi criada com esse mesmo propósito, de proporcionar um desenvolvimento abrangente e para capacitar as crianças nos países empobrecidos. Um dos últimos projetos da fundação envolveu a ajuda às crianças em África durante a pandemia causada pela covid-19.

"Tenho a sensação de que não têm ouvido falar tanto de África. Foi muito difícil lá. As escolas fecharam e não se pode simplesmente fazer o ensino em casa como nós fazemos", disse Federer à revista “Schweizer Illustrierte” sobre a situação das crianças africanas durante a pandemia.

O grande motivo que levou o tenista a ajudar estas crianças em plena pandemia foi o facto das escolas no continente serem muito mais do que um local para aprender: são também o sítio onde elas se alimentam.

"Para estas crianças, a escola é um lugar onde podem não só aprender mas também comer. E, de repente, tudo cai por terra. Com a fundação, ajudámos organizações e parceiros locais. Mas foi um grande desafio", concluiu o tenista.

O suíço é também o fundador do projeto “Match in Africa” (antes chamado de “Match for Africa”) que organiza jogos de ténis solidários. O dinheiro arrecadado nestes eventos vai para a fundação do tenista que posteriormente o aplica em projetos de solidariedade.

Atualmente, Federer não é a única personalidade do ténis a ajudar a Ucrânia. Elina Svitolina, tenista ucraniana, prometeu doar os prémios monetários que conquistar ao seu país. Andy Murray seguiu a mesma ideia, prometendo doar todos os prémios monetários que ganhar até ao final do ano para ajudar crianças na Ucrânia.

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