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Expresso

O desporto continua a fugir da Rússia. Federações de natação, xadrez e râguebi também cancelam as suas provas no país

Depois do apelo do Comité Olímpico Internacional, as entidades que mandam nas várias modalidades anunciaram o cancelamento dos eventos internacionais marcados para território russo

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Ao terceiro dia de invasão militar russa à Ucrânia, a maneira de o desporto reagir à presença militar do país liderado por Vladimir Putin no território de outra nação soberana teve o maior número de peças de dominó a caírem. Este sábado, as entidades que regulam quatro modalidades cancelaram provas que tinham agendadas para a Rússia, seguindo a tendência que teve o seu ponto mais mediático na sexta-feira, quando a UEFA retirou a final da Liga dos Campeões de São Petersburgo e o Comité Olímpico Internacional apelou a que as federações cancelassem todas as provas.

Algumas das decisões têm o desporto português ao barulho, indiretamente. A Rugby Europe é a organização que manda na segunda divisão do râguebi do continente e decidiu “suspender, de imediato, a organização de eventos de râguebi, torneios e jogos em território russo até informação em contrário”. A medida aplica-se a “todos os escalões etários, géneros, clubes e seleções”. A 19 de março, Portugal tem um jogo marcado com a Rússia no Rugby Europe Trophy, torneio anual que, esta época, conta para a qualificação rumo ao Mundial de 2023 — mas será no Estádio Nacional, no Jamor.

No mesmo dia, a Federação Internacional de Natação cancelou os eventos das ligas mundiais de polo aquático (entre Rússia e Grécia, previsto para 8 de março, em São Petersburgo), natação artística e de saltos (a 8 e 10 de abril, em Kazan). Ao anunciar a decisão, defendeu que “o desporto deve permanecer politicamente neutro”, mas condena “todos os atos de agressão”.

No tabuleiro aos quadrados brancos e pretos que acolhem peças também não se realizará uma grande competição: a 44.ª edição das Olimpíadas de Xadrez seriam em Moscovo, entre 26 de julho a 8 de agosto, mas “a deterioração rápida da situação geopolítica constrangeu o conselho da FIDE a tomar esta difícil decisão” levou a federação internacional da modalidade (FIDE) a cancelar a prova. Cerca de 190 países iriam ter xadrezistas presentes no evento.

Quanto a quem faz vida de quimono vestido e apertado por um cinturão, a Federação Internacional de Judo já anunciara, na quinta-feira, que tinha cancelado o Grand Slam de Kazan — pertencente à principal categoria de torneios do circuito mundial. “Nós, a comunidade desportiva, devemos permanecer unidos e fortes, para nos apoiarmos uns aos outros e os nossos valores universais, a fim de promover sempre paz e amizade, harmonia e união”, defendeu a entidade.