Navegar foi preciso

Diretor de Arte
Vou nas velas da história
Cruz de Cristo mundo afora
Aventura sem memória
De voltar não tenho hora
Barcos vikings vêm do Norte
Sigo em paz o meu caminho
São mais altos, são mais fortes
Mas com Deus não vou sozinho
Vou nas vagas da incerteza
Vago em busca da bonança
Com denodo, com destreza
Nunca perco a esperança
Os Habsburgos a seguir
São guerreiros decididos
Não se deixam iludir
Não se levam por vencidos
Vou nas rotas do desejo
Lá tão longe de alcançar
Mais difíceis que prevejo
Calo o medo de falhar
À terceira, é vida ou morte
Na batalha mais sangrenta
Conservado pela sorte
Sobrevivo à tormenta
Vou na via mais tranquila
Sonho já com a recompensa
Minha audácia não vacila
Minha sede é mais que imensa
Com os eslavos adriáticos
Travo uma luta angustiante
Mesmo contra mestres táticos
Minha bandeira segue avante
Vou nas margens do sucesso
Indignas difamações à parte
Noto em mim claro progresso
No meu dom, na minha arte
Os polacos à espreita
Acham que me surpreendem
De mim não levam colheita
Minhas armas não se rendem
Vou no curso do destino
Concentrado em conquistar
Vou com sonhos de menino
Mas ganas de lobo-do-mar
Aos galeses não perdoo
Sua arrogância tão injusta
Atinjo-os em pleno voo
Desprezar já não me custa
Vou nas águas de Paris
Que estou mesmo a chegar
Já aprendi a ser feliz
Já ninguém me vai parar
Filhos de um Napoleão
Testemunhem minha glória
Eu sou toda uma nação
Com desejo de vitória
Vou nas asas de Camões,
De tantos santos, cristianos
Vou gritar, plenos pulmões
Minha honra tem mil anos
E hoje é com a força toda
Por Águias, Leões e Dragões
Que se dane, que se foda
Hoje somos campeões
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: MGrieco@expresso.impresa.pt