A Fiorentina ganhou o último troféu há 20 anos graças a um golo teu. De que te lembras da jogada?
Ah, lembro... lembro... não sei de quem é que recebeu o passe, provavelmente do Rui Costa, mas depois o Chiesa recebeu a bola descaído para a direita do nosso ataque, veio para dentro, fiz uma desmarcação e ele pôs a bola nas costas do defesa que me estava a marcar. Eu consegui ganhar a frente ao defesa e rematar para a baliza.
Foi um tiro, acho que fugiste a Thuram e Sensini. Lembras-te da celebração do golo?
Foi uma celebração que era também muito usada pelo Batistuta. O chamado inchino, como lhe chamam em Itália, que é a vénia. E tem uma curiosidade, nem sei se já contei esta história: durante essa semana da final, havia lá um adepto daqueles mais assíduos e presentes nos treinos e ele, numa vez que eu estava a sair para o carro, veio ter comigo e disse: "Nuno, tu vais fazer golo e por favor vai fazer a vénia debaixo da curva fiesole, que eles vão gostar, eles vão gostar". Disse-lhe que estava prometido. E foi o que eu fiz. Lembro-me que parecia que aquilo estava a ser outro golo. Senti os festejos dos adeptos quando marquei, quando a bola bateu nas redes da baliza, e também depois quando corri para trás da baliza, ainda é uma distância considerável. Quando cheguei às grades da curva fiesole, que era a bancada da parte que dava para Fiesole, é como a claque é conhecida, fiz a vénia e parecia que estava a ser outro golo [risos].