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Renato Paiva: “Temos o desafio de pôr tática qb, porque senão vamos castrar tudo o que é o jogador sul-americano”

Em entrevista à Tribuna Expresso, o treinador do Bahia, de 53 anos e na terceira experiência no estrangeiro, conta como foi conquistar o 50.º estadual da história do clube. O técnico, natural da Sertã, explicou também a filosofia do City Football Group, que detém 90% da SAF do Bahia, e refletiu sobre a complexidade de treinar no Brasil e sobre as diferentes dimensões do futebol e as desumanas exigências a que estão sujeitos os profissionais deste desporto. O Brasileirão, com sete treinadores portugueses, começa este sábado

Hugo Tavares da Silva

MB Media

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Que tal se está por Salvador? O que se faz quando o futebol está a descansar?
Não tem havido muito descanso, tivemos três dias quando terminou a primeira parte da temporada, porque a gente tem de dividir isto por módulos. A primeira parte terminou com a final do estadual. Em dois meses e meio, fizemos 23 jogos. Somos, neste momento, a equipa do Brasil com mais jogos. Vinte e três jogos são mais do que a primeira volta da liga portuguesa, feita em seis meses. A loucura é esta, tempo não há. Até esta paragem não tive tempo sequer para conhecer Salvador. Depois da final demos três dias e, aí sim, optei por conhecer Salvador a fundo. Tenho cá o [jornalista] Ricardo Oliveira [Duarte], que me ajuda, é o meu cicerone, conduz-me aqui por tudo o que são sítios de cultura. Museus, casas e zonas bonitas, artísticas, paisagísticas, restaurantes. É, de facto, uma cidade fabulosa, lindíssima, com muitas atrações naturais e culturais. Em três dias conheci um bocadinho só. Com o começo do Brasileirão vamos ter também um pouco mais de tempo. Vamos ter semanas inteiras para poder treinar. Estou a adorar, moro ao pé da praia, algo bom para quem vivia em Setúbal, com uma ligação forte ao mar, e não aconteceu em Quito [no Equador], nem em León [no México]. Fiz questão de estar num condomínio com praia para chegar a casa, às 16h, vestir os calções e em dois minutos estou na praia. Estou 25 minutos dentro de água, porque é quente, saio e nem sequer vou à areia, limpo-me, cinco, dez minutos estou em casa. É um ritual de 40 minutos que me faz libertar tudo o que é stress e carregar baterias para o dia seguinte. Espero estar aqui muito tempo ou algum tempo suficiente para conhecer tudo o que é isto.

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