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Crónica

Neves: pés no chão, cabeça levantada

O escritor Bruno Vieira Amaral fala de João Neves, o miúdo que joga de camisola dentro dos calções, à antiga. Que não tem medo, que joga de cabeça levantada, que vai ao choque, recupera, pensa rápido, distribui, curto ou longo, na medida certa, miudinho, moutinho, formiguinho. E a equipa agradece-lhe o jeitinho porque estava a precisar de tudo o que ele lhe dá

Bruno Vieira Amaral

PATRICIA DE MELO MOREIRA

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Nunca se saberá se Roger Schmidt apostou em João Neves por convicção, desespero ou um “pior do que está não fica.” Até pode ter sido uma mistura dos três: acreditar que o miúdo é bom, a ânsia de mudar e a certeza de que dificilmente ficaria pior do que estava após a fase mais negra da época, com três derrotas consecutivas, incluindo uma em casa contra o Porto, e eliminação da Champions. Talvez tenha sido fezada. Desconfio que não haja palavra em alemão para fezada, mas Schmidt já terá absorvido um pouco da nossa cultura do “cá vai disto”.

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