Na crónica que abre o seu último livro, o escritor espanhol Javier Marías, ferrenho do Real Madrid falecido há poucos meses, refletia sobre a futebolização da sociedade, o desejo permanente de ganhar, ganhar e ganhar que é próprio do futebol e que, dizia ele, contagiou o resto da sociedade. Dava como exemplo o seu clube ao qual, depois de quatro Champions em cinco épocas, bastou uma temporada tíbia para que os adeptos apupassem jogadores, técnicos e dirigentes. Marías punha-se na pele do futebolista, imaginando-se a viver com uma espada sobre a cabeça: “Domingo marquei três golos, mas se hoje não marco nenhum, esses três não servirão de nada e serei vaiado.”
A memória dura uma semana
Bruno Vieira Amaral pega em Enzo Fernández, no FC Porto, Artur Jorge e no Sporting para lembrar que o futebol é ciclotímico, passional, desmemoriado
09.01.2023 às 11h11
HOMEM DE GOUVEIA/LUSA
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