Não é desconhecida a capacidade do Benfica jogar quando tem muito espaço. Sempre foi o momento ofensivo mais forte das equipas de Jorge Jesus, sobretudo, por causa do perfil de jogador que o treinador gosta: Imponentes fisicamente, que tenham capacidade para levar o jogo para a frente sem necessitar dos colegas, e que sejam precipitados no momento de atacar o espaço.
No domingo, Darwin e Rafa foram monstruosos na demonstração de que, se lhes dão pista, eles correm e chegam à meta. Não são refinados no momento da decisão e Darwin tecnicamente não é brilhante; porém, com constantes situações de 40 ou 50 metros para correr, foram mortíferos.
Sendo certo que Braga tem menos tempo de recuperação do que o Benfica, a explicação é curta para a décalage entre as duas equipas. Este aspeto contribui, mas não foi decisivo. Há, no entanto, algo com o qual concordo absolutamente com Carlos Carvalhal: o Braga jogou de acordo com a sua filosofia e não abdicou dela. Tentou ganhar o jogo dessa forma, e sendo que não teve o resultado esperado, também concordo absolutamente com Jorge Jesus quando diz que a avaliação das competências de uma equipa e de um treinador não se faz tendo por base um, e um só, jogo. Nem o Braga deixou de ser uma boa equipa por ter sido goleado na Luz, nem o Benfica passou a ser uma equipa extraordinária por ter conseguido golear.