Ciclismo

Um craque chamado António Morgado: depois do 2.º lugar nos juniores há um ano, é de novo prata nos Mundiais de ciclismo, agora nos sub-23

Um craque chamado António Morgado: depois do 2.º lugar nos juniores há um ano, é de novo prata nos Mundiais de ciclismo, agora nos sub-23
Dario Belingheri

Jovem de 19 anos repete a medalha conquistada há um ano, agora no escalão acima. Uma das grandes esperanças do ciclismo, Morgado será no próximo ano colega de João Almeida na UAE Emirates

Um ano depois de ter ficado a centímetros do título mundial júnior, o português António Morgado volta a brilhar nos Mundiais de ciclismo, com mais uma medalha de prata, mas agora na categoria sub-23. O jovem de 19 anos, uma das grandes promessas do ciclismo mundial, agarra assim mais um resultado de relevo na prova, que este ano decorre em Glasgow, na Escócia, e onde Portugal já tinha sido feliz, com o ouro de Iúri Leitão na pista, no omnium.

Se há um ano António Morgado disputou a vitória a dois, num sprint com Emil Herzog, com o alemão a bater o português em cima da meta, desta vez o ciclista da Hagens Berman Axeon, e que será profissional na próxima época, esteve num grupo reduzido de onde saiu o francês Axel Laurance, que atacou nas voltas finais do circuito. O grupo perseguidor, com Morgado, quase alcançou o gaulês nos metros finais, mas foi mesmo Laurance a festejar, com o ciclista das Caldas da Rainha a ser o primeiro do grupo, a meros 2 segundos. O eslovaco Martin Svrcek foi medalha de bronze.

No final, as lágrimas de António Morgado mostrarão a frustração por mais uma vez não ter chegado ao ouro, mas o miúdo conhecido pelo seu farfalhudo bigode garantiu mais um resultado histórico para o nosso país nos Mundiais de ciclismo.

Numa temporada em que já se tem destacado, nomeadamente com a vitória na Volta a Rodes, António Morgado continua a confirmar as expectativas que lhe são colocadas. Na próxima temporada, o jovem vai juntar-se a João Almeida, Ivo e Rui Oliveira na UAE Emirates, que lhe ofereceu um contrato de quatro anos, atestado da confiança que a equipa de Tadej Pogacar tem no português.

Na prova de sub-23 estiveram outros quatro portugueses. Gonçalo Tavares foi 37.º, Diogo Gonçalves 53.º e Alexandre Montez e Daniel Lima não terminaram.

“Sub-23 mais forte do mundo”

Apesar de assumir que este foi “um grande resultado para o primeiro ano”, António Morgado não deixou de revelar alguma desilusão. “Estou super feliz, mas gostava de ter conseguido a medalha de ouro”, disse em declarações reproduzidas pela Federação Portuguesa de Ciclismo.

Já José Poeira, selecionador nacional, não tem dúvidas que António Morgado “mostrou o valor” que tem. “Para mim, é o sub-23 mais forte do mundo. Foi pena o corredor francês isolar-se e não haver grande colaboração atrás. Com outra colaboração, poderia ter sido campeão mundial. Não foi hoje, mas um dia vai ser”, frisou Poeira.


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