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Mario Cipollini, ex-sprinter que ganhou 57 etapas nas Grandes Voltas, condenado a três anos de prisão por agressões a ex-mulher

A lenda das bicicletas, cuja carreira teve os pontos mais altos nos anos 90 e ainda o tem como o segundo ciclista com mais vitórias em etapas das três Grandes Voltas, terá atacado a antiga companheira com murros e pontapés. Cipollini terá também ameaçado de morte a vítima e o seu atual namorado

Expresso

Ruediger Fessel/Getty

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O antigo ciclista e sex symbol, Mario Cipollini, foi condenado em Itália a três anos de prisão após ter agredido com murros e pontapés a ex-mulher, além de que terá ameaçado de morte a vítima e o seu atual companheiro.

O ex-atleta, de 1,90 metros, 80 quilos e considerado um dos melhores sprinters de sempre, teve o ponto alto da sua carreira nos anos 90 e ainda no princípio do século XXI. Controverso como ciclista que liderava um pelotão que apenas avançava se o italiano deixasse, como lembra o jornal “El País”, Mario ultrapassou todas as fronteiras fora do desporto. Esta segunda-feira, uma juíza condenou-o a passar vários anos na prisão que fica na sua terra natal, Lucca.

Felicia Barbieri ordenou ainda que o ex-atleta indemnize o casal Sabrina Landucci e Silvio Giusti, antigo futebolista, em 80 mil e 5.000 euros, respetivamente. A defesa de Cipollini pedia uma sentença de dois anos e oito meses, pouco menos do que Barbieri decidiu aplicar.

O ciclista casou com Landucci no pico da sua forma, em 1993, e divorciou-se em 2005. São pais de duas filhas na casa dos 20 anos. De acordo com o jornalista italiano Valerio Piccioni, da “Gazzetta dello Sport”, terá havido várias tentativas de reconciliação, sem sucesso. Na altura do divórcio, Sabrina ter-se-á negado a acusar o ex-companheiro para não lhe prejudicar a carreira. No entanto, em 2016, num processo de divórcio que durou mais de 10 anos, a vítima acabaria por admitir os maus-tratos. “Denunciei-o por respeito a mim própria”, disse, então.

De acordo com “El Pais”, um dos factos decisivos na acusação foi Cipollini ter apontado uma pistola a Sabrina por esta ter vestido uma minissaia. Noutras ocasiões, já separados, o ex-ciclista seguia a mulher de carro enquanto ela passeava com uma amiga. Já depois de aberto o processo, Mario voltou a agredir Landucci, que acusou o ex-marido de lhe ter dado “pontapés, murros e empurrões” que lhe provocaram lesões graves. Terão também havido ameaças de morte.

Ao longo de muitos anos, Cipollini era visto como o símbolo sexual do pelotão, encarnando o macho transpirado e mal-educado, que chegou a agarrar os seios de jovens jornalistas – que reagiam furiosamente – com quem posava para as fotografias. Diz o jornal espanhol que, durante uma edição da Vuelta, quis abandonar e ir para Itália ser jurado do concurso nacional de misses. Mario quis também liderar o pelotão numa revolta contra as autoridades que investigavam casos de doping.

Fonte próxima do antigo atleta disse a “El Pais” que Cipollini nunca abandonou completamente a competição e que, quando sai de bicicleta com os amigos e o filho, toma substâncias ilícitas para lhes ganhar. Talvez tenha de fazer uma pausa, em breve.