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Em menos de um hora, um duplo bronze: Ivo Oliveira e Maria Martins conquistam medalhas para Portugal nos Mundiais de ciclismo de pista

Esta sexta-feira trouxe dois pódios para a seleção nacional na prova que decorre em Quentin-en-Yvelines, França. Ivo Oliveira na perseguição e Mariana Martins no omnium garantiram as medalhas para Portugal

Lusa e Expresso

THOMAS SAMSON/Getty

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O ciclista português Ivo Oliveira juntou, esta sexta-feira, um bronze na perseguição individual à prata que já tinha somado em 2018, nos Mundiais de pista de Saint-Quentin-en-Yvelines, com o italiano Filippo Ganna a ‘voar’ para ouro e recorde mundial. Nem uma hora depois, Maria Martins acabou no mesmo lugar do pódio na prova de omnium.

Vice-campeão mundial da disciplina em 2018, o português de 26 anos cumpriu a prova com 4.08,738 minutos, melhor do que o britânico Dan Bigham, adversário pelo último lugar do pódio. No concurso olímpico de omniun, Maria Martins somou 99 pontos para também lograr uma terceira posição, algo que já conseguira nos Mundiais de 2020, na corrida de scratch.

O título mundial foi para a norte-americana Jennifer Valente, campeã olímpica do omnium em Tóquio2020, em que Maria Martins foi sétima, somando 118 pontos, com a neerlandesa Maike van der Duin no segundo posto, com 109.

Voltando à prova de perseguição masculina, o título mundial, disputado numa final pelo ouro 100% italiana, foi para o recordista da Hora Filippo Ganna, que bateu o recorde do mundo para superar Jonathan Milan, fixando o novo máximo em 3.59,636.

Quatro anos depois da primeira medalha em Mundiais de elite, Ivo Oliveira voltou a fazer história para o ciclismo português, voltando a mostrar ser um dos melhores do mundo nesta disciplina.

Depois de bater o recorde pessoal, agora fixado em 4.06,704 minutos, também a melhor marca de sempre, o esforço na final permitiu-lhe bater Bigham, que começou mais rápido, mas, a partir dos 2.000 metros, metade dos quatro quilómetros da disciplina, começou a ceder terreno.

Face ao antigo recordista da Hora, o ciclista natural de Vila Nova de Gaia estampou autoridade e ainda vai voltar à pista em Saint-Quentin-en-Yvelines, que será o palco dos Jogos Olímpicos Paris 2024.

Os gémeos Oliveira ainda competem no domingo

Ao lado do irmão gémeo, Rui Oliveira, Ivo vai competir no domingo na disciplina olímpica do madison, feita para duplas, e também aí aponta aos primeiros lugares.

Foi o primeiro pódio para a seleção portuguesa nesta edição do campeonato do mundo, coroando a qualidade de Ivo, campeão do mundo da perseguição individual em 2020, além de outras três pratas em Europeus, tendo sido campeão do mundo júnior desta disciplina em 2014.

A prova de que está entre os melhores do mundo desta disciplina, em que pouco tem competido nos últimos dois anos, é que só foi superado por dois italianos ‘supersónicos’.

Se Jonathan Milan baixou dos 4.04 minutos pela segunda vez no mesmo dia, que dizer de ‘Top Ganna’, a estrela maior destes Mundiais, ao bater o recorde do mundo e cifrá-lo agora em 3.59,636.

Os dois tinham sido prata na perseguição por equipas, numa prova por quartetos em que foram superados pelo Reino Unido de Bigham, mas nenhum acusou o cansaço: Milan repetiu a prata de 2021, Ganna ‘recuperou’ o seu lugar, de ouro.

Soma agora oito títulos mundiais, um ouro olímpico e incontáveis outros pódios em campeonatos do mundo e da Europa, além do que faz na estrada, como especialista do contrarrelógio e não só, num palmarés que inclui seis etapas da Volta a Itália.

Portugal está representado em Saint-Quentin-en-Yvelines por Ivo Oliveira, Rui Oliveira, João Matias, Maria Martins e Daniela Campos, num Campeonato do Mundo que decorre até domingo no mesmo velódromo que vai acolher a especialidade nos Jogos Olímpicos Paris2024.