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Roger Schmidt: “VAR? Para mim, deve dar-se de novo toda a decisão ao árbitro. Não vai estar certo 100% das vezes, mas é o futebol”

Na antevisão ao encontro com o Estoril (domingo, 18h, BTV), o treinador do Benfica voltou a mostrar-se contra o VAR, assumiu as responsabilidades do mau momento da equipa e frisou que os encarnados terão de estar focados no próximo jogo, onde serão obrigados “a encontrar soluções” para terminar a série de quatro jogos sem vencer

Expresso

ANTONIO COTRIM/LUSA

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Estoril

“Estes jogos são sempre perigosos, estamos a entrar nas últimas jornadas do campeonato e o Estoril está em risco de descer de divisão. Se analisarmos os jogos deles nas últimas semanas vejo uma equipa que ainda acredita, que está na luta e que joga com intensidade, principalmente na defesa, com muitos jogadores atrás da linha da bola, com muita disciplina, à procura do contra-ataque. Nos jogos em casa das outras equipas de topo estiveram muito bem. Por isso espero um jogo em que temos de estar focados, em que vamos ter de encontrar soluções e, claro, temos de estar muito organizados a defender para evitar contra-ataques, momentos de transição deles. Mas jogamos em casa, queremos ser campeões. Estamos ansiosos e queremos fazer um bom jogo amanhã”

Como classificaria a primeira temporada em Portugal?

“Só posso analisar a temporada depois do último jogo. Até agora acho que os jogadores estão muito bem, deram-se muito bem em novos papéis aqui no Benfica, a lutar por títulos, a jogar na Europa. Olhando para a mentalidade dos jogadores, até agora estão a fazer um trabalho fantástico. Mas temos de chegar ao fim e temos de mostrar que temos o foco e a concentração para ganhar os últimos jogos e tornarmo-nos campeões. Se acontecer, é uma temporada fantástica. Mas de momento não estamos a olhar muito para a frente, passo a passo em cada jogo. Não ganhamos há quatro jogos e penso que estamos muito motivados e focados. Vejo a equipa numa muito boa forma”



FC Porto está a pressionar os árbitros?

“Não li e não vou comentar isso”

Opinião sobre a liga portuguesa?

“Fiquei impressionado com a qualidade do futebol, com a qualidade dos treinadores. É muito complicado ser campeão em Portugal. FC Porto, Braga e Sporting são equipas muito difíceis e mostraram em outras competições que são muito bons. Nós, FC Porto e o Sporting na Champions e o SC Braga na Liga Europa, todos mostraram bom futebol. A qualidade do futebol é boa. Todas as ligas têm a sua cultura. Em Portugal às vezes joga-se em estádios muito grandes, outras em estádios muito pequenos, com poucos adeptos. Mas gosto do ambiente, por isso é que renovei contrato, sinto que estou no sítio certo. O futebol é algo muito importante em Portugal, quem ligar a TV pode vê-lo todas as noites e nos jornais. Para ser honesto, não leio os jornais e não consigo perceber o que dizem nos programas por isso estou um bocado fora disso. O que vejo é que há muita gente interessada nisso, é o que as pessoas gostam e por isso há esse tal ruído. É parte do futebol, eu gosto”

Críticas ao VAR

“O que disse foi um bocado influenciado pelos nossos últimos jogos, acho que tivemos muito azar nos dois jogos com o Inter e com o Chaves. Nesses três jogos poderíamos ter tido um penálti em cada um. Mas é a minha opinião. Tive VAR na China, nos Países Baixos e agora em Portugal. Se me perguntam sobre a minha se o futebol deveria continuar com VAR ou não, eu diria que não. Porque há muitas decisões diferentes, às vezes o VAR intervêm, outras não. Na minha opinião deve dar-se de novo toda a decisão ao árbitro. Não vai estar correto 100% das vezes, mas é o futebol. Continua a ser assim com o VAR. Para mim é mais frustrante ter VAR e mesmo assim existirem estas decisões. Em Milão, sem VAR, se não tivéssemos aquele penálti eu diria: ‘OK, era difícil ver, por isso aceito’. Mas temos VAR e ninguém procura a decisão correta, isso para mim é mais frustrante. Mas aceito que se continue com o VAR, é o que é, mas não gosto”

Responsabilidade no mau momento

“É a 100%, porque sou o treinador. Fui questionado sobre a paragem para as seleções e as folgas que dei. Para mim foi essencial dar folgas aos jogadores nesta altura em que há cada vez mais jogos. É essencial. Alguns dias de folga significa que eles têm treinos individuais, fazem os seus trabalhos em casa mas podem descansar um pouco. O problema, e foi o que disse, é que os jogadores muitas vezes vão para as seleções e não jogam, estão no hotel, o treino é quase zero. E perdem alguma da forma. Mas é normal, é um problema para todos os treinadores. Não uso isso como desculpa, apenas me perguntaram a opinião e eu dei a minha opinião. A minha responsabilidade é a 100% em tudo”