João Paulo Batalha, presidente da "Associação Cívica Integridade e Transparência", considerou uma "bizarria" os apoios de António Costa e Fernando Medina à candidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica.
O facto do primeiro ministro e do presidente da Câmara Municipal de Lisboa integraram a Comissão de Honra de Vieira às eleições - conforme o Expresso noticiou - é algo que, para João Paulo Batalha, "não faz sentido".
"Confesso que já estou habituado a ver promiscuidades entre futebol e política, mas até eu estou perplexo com este caso. Isto é mau a três ou quatro níveis", disse João Paulo Batalha em entrevista à SIC Notícias.
"António Costa e Fernando Medina são sócios do Benfica, OK, têm o direito de votar, mas deviam abster-se de se envolverem na vida interna de um clube, ainda para mais numa eleição. Porque há relações institucionais entre os cargos que ocupam e o clube em questão. Vieira convida pessoas para uma Comissão de Honra em função das funções que ocupam, da importância pública que têm. Vieira pediu emprestada a honra da Câmara Municipal de Lisboa e do Governo português para a sua candidatura. E eles aceitaram emprestar", argumentou o presidente da Associação Cívica Integridade e Transparência.
Por outro lado, e perante os casos de Justiça que rodeiam o Benfica, Luís Filipe Vieira e o "buraco do Novo Banco", João Paulo Batalha afirmou o seguinte: "António Costa não devia participar num processo eleitoral de um clube e muito menos na defesa deste candidato, lamento muito. Luís Filipe Vieira não foi condenado por coisa alguma ainda - acho que o será, apenas, quando deixar de ser presidente do Benfica, é essa a tradição - mas, quando o primeiro ministro vem dizer que é preciso apurar o que aconteceu no Novo Banco… Luís Filipe Vieira é um dos responsáveis pelo buraco de centenas de milhões de euros. E isso não impede o primeiro ministro de integrar uma Comissão de Honra? Isto é bizarro... A não ser que Luís Filipe Vieira mande mais no país do que aquilo que nós julgamos".
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