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Glórias do automobilismo revivem Rali de Portugal no troço da Lousã

Neste início da 56ª edição do Rali de Portugal, dia em que os lugares foram disputados ao segundo, grandes nomes do desporto automóvel luso assistiram à luta entre Rovanpera (Toyota) e Lappi (Hyundai) que começou logo na primeira classificativa (Lousã). O primeiro lidera no final do primeiro dia

Rui Cardoso

Octavio Passos/Getty

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Não é todos os dias que se juntam nomes grandes do automobilismo português e de diferentes gerações. Muito menos à beira de uma classificativa do Rali de Portugal, Mas foi exatamente o que sucedeu na Lousã, na sexta-feira 12 de maio, graças a uma iniciativa do município local que criou uma zona espectáculo dentro da última zona espectáculo do troço (o primeiro do rali), a cerca de 2 km do final, já na famosa descida dos “ganchos” para Vilarinho.

Ali estavam representadas pelo menos três gerações de pilotos e navegadores, sendo o decano, o italiano mais português da história, ou seja Giovanni Salvi (83 anos) que muitos recordam pelas suas proezas em Mini, Porsche 911 e Ford Escort. Também presente Manuel Romão (meia dúzia de anos mais novo que Salvi), navegador de José Megre no primeiro Paris-Dakar disputado por equipas portuguesas (1982 em UMM). Sem esquecer Carlos Bica que foi tetracampeão nacional de ralis entre 1988 e 1991 e se apresentava na Lousã com a camisola do clube do seu coração, ou seja o Benfica. Ou, ainda, António Pinto dos Santos que navegado por Nuno Rodrigues da Silva maravilhou espectadores em Portugal e no estrangeiro ao volante de uma Renault 4.

Ott Tanak começou o dia a liderar

Ott Tanak começou o dia a liderar

MIGUEL RIOPA/Getty

Para honrar uma assistência deste calibre não se esperava menos que uma luta de faca nos dentes nesta abertura da 56ª edição do Rali de Portugal. E assim foi. A pista era aberta pelos dois carros da Toyota (Elfyn Evans que fora o mais rápido no aquecimento em Baltar e Kalle Rovanpera campeão do mundo do ano passado e vencedor em Portugal nesse mesmo ano) mas nestas coisas de ralis não se confirma a correção do aforismo segundo o qual candeia que vai à frente alumia duas vezes. Pelo contrário, quem abre a pista tende a perder tempo e a deixar marcadas as trajetórias que os outros hão-de aproveitar. E assim, ao fim da primeira volta à serra (Lousã, Góis e Arganil), quem fazia a festa era o estónio Ott Tanak da Ford.

Hecatombe em Mortágua

Mas no desporto nunca nada está garantido. A segunda volta à serra, seguida da última classificativa em terra do dia, ou seja Mortágua, representou uma pequena hecatombe: Evans despistou-se; Tanak que tinha furado na Lousã caiu para o sexto lugar; Dani Sordo (Hyundai) que chegara a comandar a prova após Lousã 2 fez um pião e falhou um cruzamento; outro Hyundai, o de Thierry Neuville caía para quinto.

A luta passava a ser entre Rovanpera (Toyota) e Lappi (Hyundai) com vantagem de 11 segundos para o primeiro, mesmo com o segundo a ter sido o mais rápido em Mortágua. E assim se prevê um duelo a dois para sábado nas duras classificativas de Amarante e Vieira do Minho. Mas como recordavam as velhas glórias do automobilismo na Lousã, nenhuma corrida está ganha até cair a bandeira xadrez.