O futebolista Daniel Alves, acusado de violar uma mulher na discoteca Sutton, em Barcelona, continua em prisão preventiva. O brasileiro foi detido no dia 20 de janeiro, por um incidente que aconteceu na noite de 30 para 31 de dezembro, e o clube onde estava a jogar rescindiu imediatamente o gordo contrato do lateral direito.
O Pumas, do México, exige agora uma indemnização de cinco milhões de dólares por este quebrar uma cláusula de ética e comportamento, revelou o site brasileiro UOL. “Não podemos permitir que a conduta de uma pessoa prejudique a nossa filosofia de trabalho”, explicou na altura da rescisão de contrato Leopoldo Silva, o presidente celebrado por ter conseguido tal contratação galáctica. O jogador, de 39 anos, recebia 300 mil euros por temporada.
Segundo o “El País”, Alves perdeu recentemente as ligações que tinha com a Adidas, marca alemã que preferiu não renovar o vínculo no fim de 2022, e Hygia Saúde, uma aplicação virada para a saúde pública brasileira, rasgou o contrato poucos dias depois da detenção. A Ethika, de roupa interior, fez o mesmo, uma decisão que admite reverter caso o jogador seja inocentado.
Esse cenário parece improvável. O “El Periódico” noticiou na quinta-feira que a juíza Anna Marín, do Tribunal de Instrução n.º15 de Barcelona, escreveu num documento que há “indícios muito mais do que suficientes” para provar a violação. A jovem vítima tem 23 anos e desde cedo não quis ser identificada e dispensou qualquer compensação financeira, provavelmente para fugir àquele estigma que coloca as vítimas sob suspeita quando o assunto é alguém famoso ou rico.
As investigações mantêm o seu curso e tanto Daniel Alves como a sua equipa de defesa continuam a negar o crime, justificando, por exemplo, que há um desfasamento entre a história e o que as câmeras de vigilância mostram. Mais: os advogados do futebolista indicam que os Mossos d’Esquadra, a polícia catalã, foi tendenciosa, uma crítica a que estendem a Anna Marín – “acrítica” e “pouco cuidadosa”.
A defesa do futebolista terá tentado a liberdade condicional alegando o abandono das marcas, provocando assim a perda de “músculo económico" por parte do jogador, detido há mais de duas semanas.