Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, foi entrevistado pela “CMTV” e deixou elogios à forma como o SC Braga trabalha, bem como a Roger Schmidt, o alemão que assumiu esta época o comando técnico dos encarnados com sucesso visível, pelo menos até agora. “Este [treinador] começou agora. (…) É uma verdadeira surpresa para mim”, disse Vieira, que deixou no ar: “Sei que contactaram treinadores portugueses. Não digo quem”.
Até ver, os resultados do Benfica de Schmidt têm impressionado os benfiquistas, mesmo aquele que foi líder do clube durante quase duas décadas. “Gosto do sistema dele. É um homem afável, de discurso fácil, direcionado para todos. Tornou o grupo bastante forte. Há miúdos que são titulares, é do que Benfica precisa. Só posso dar os parabéns a quem o contratou, mas no Benfica às vezes a euforia faz mal”, disse Vieira, que prosseguiu referindo-se à liga portuguesa em geral.
"O campeonato português é um engano, não tenho a certeza de que as equipas pequenas vão tirar pontos aos grandes. Se se mantiver com os pés no chão, [o Benfica] tem um plantel para ser campeão. Contando sempre com o FC Porto e o Sporting, sem esquecer o SC Braga, que é o melhor clube a trabalhar em Portugal", considerou o homem que venceu 22 títulos só no futebol masculino.
Nesse mesmo plantel, há um atleta que se tem destacado, não propriamente por causa do clube. Rafa chegou à Luz pela mão de Luís Filipe Vieira, que não hesita: “Se voltava a dar o que dei pelo Rafa? Dava. As pessoas hoje têm de dizer sempre mal. Lembro-me do que também disseram do Jiménez… Penso que os dois grandes flops que o Benfica teve foram Djuricic e Ola John”. Desengane-se quem pensa que De Tomás faz parte do lote de frustrações: “Não. O Benfica recuperou o investimento. Isso para mim era fundamental: que o Benfica não perdesse dinheiro”.
Falando de Rafa, é obrigatória a referência ao facto de o jogador ter decidido deixar a seleção de Portugal. Sobre isso, Vieira também opina: "O Rafa quis dedicar-se inteiramente ao Benfica, mas logicamente estava descontente por não jogar. (…) A decisão não pode ser criticada por ninguém, tem o direito de escolher. (…) Não é contra o Fernando Santos.”
Como presidente, sucedeu a Vieira alguém que o empresário conhece bem, que trabalhou com ele e que é um ídolo incontornável dos adeptos encarnados. O final do percurso de Luís Filipe Vieira à frente do Benfica deixou algum azedume no ar quanto à relação com Rui Costa. Para o ex-dirigente, o atual líder não é um negociador de jogadores, como ele era: “Não é ele que está a fazer as transferências, vê-se quem vai viajar. O mérito é de toda a equipa que está lá. O Rui sabe bem que eu era forte a negociar”.
Luís Filipe Vieira terminou a entrevista com mais referências ao atual presidente do Benfica, mas também a Domingos Soares de Oliveira, co-CEO da SAD: “Liderar não se aprende. O Rui não tem esse perfil. É capaz de demorar mais tempo. (…) Muita gente fala da herança do Vieira. (…) Os benfiquistas podem estar descansados que o Benfica, no final do ano, vai apresentar um resultado positivo. O Domingos não vai permitir que tenham resultado negativo”.