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A casa às costas

“Quando cheguei à Polónia o diretor-desportivo foi buscar-me ao aeroporto e levou-me a jantar a um Burger King de uma estação de serviço”

“Quando cheguei à Polónia o diretor-desportivo foi buscar-me ao aeroporto e levou-me a jantar a um Burger King de uma estação de serviço”
D.R.

Nesta segunda parte do Casa às Costas, Gonçalo Silva conta como foi o ano em que viveu e jogou na Polónia, onde viu muito whiskey no balneário e observou comportamentos racistas. Fala da subida de divisão pelo Farense e do bom momento que atravessa no FC Noah, da Arménia, país que o tem surpreendido pela positiva. Sobre o futuro, revela que gostava de ser treinador e como tem sido difícil tirar o curso, apesar de ter tentado várias vezes

Como foi o primeiro impacto quando chegou à Polónia?
Foi bom, porque era tudo novo, era a primeira vez que saía de Portugal. É um país bom, bonito, onde se vive bem, um futebol diferente, pessoas diferentes, apesar de não ter gostado muito do povo, são um pouco racistas. Conheci pessoas muito boas, polacos incríveis com quem ainda falo, mas da maioria não gostei. Não gostei muito da experiência.

E do cube,?
Fui para um clube que também não tinha estádio. Agora já têm. Era uma espécie de B SAD, sem estádio, tínhamos de tirar tudo do balneário, tivemos ordenados em atraso. Lembrei-me já de uma história que aconteceu na minha chegada.

Conte.
Quando cheguei à Polónia o diretor-desportivo foi buscar-me ao aeroporto. Íamos a caminho do clube e como estávamos com fome, ele optou por pararmos numa estação de serviço e comer um Burger King [risos]. Não é a melhor receção de boas-vindas, achei aquilo um bocado estranho, levar-me a jantar a um sítio daqueles, mas não me opus e pensei que foi uma coisa de momento. Fomos para Radom. Nas primeiras duas semanas aconteceram coisas estranhas. Fomos de estágio duas semanas, voltámos a Radom e tive de levar a minha roupa do treino para lavar. O clube não lavava a roupa. Tinha de levar a toalha do hotel para o estádio e tudo. Coisas que normalmente não acontecem no futebol profissional e que me deixaram um bocado de pé atrás naqueles primeiros tempos. E mais, não nos deram roupa para o frio, tanto eu como os meus colegas tivemos de ir à Decathlon comprar roupa apropriada para frio e neve.

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