Foi para o Reading da Inglaterra com 19 anos. Como foi quando lá chegou? O seu inglês era bom?
Por acaso não era mau de todo, sempre me desenrasquei, mesmo na escola. Ali, como era obrigado a falar todos os dias, melhorou muito. Mas recordo-me que precisei ligar ao meu irmão para saber como se dizia água com gás [risos].
Ficou a viver onde e com quem?
Em Inglaterra normalmente quem vem de fora e é muito novo fica inserido numa família. Fui para casa de uma família com dois filhos, eu tinha o meu próprio quarto e fazia as refeições com eles. Era um casal já com alguma idade, os filhos eram maiores de idade. Era engraçado, porque de manhã queríamos todos despachar-nos, mas só havia uma casa de banho.
Os filhos do casal também jogavam futebol?
Não.
O que mais estranhou na cultura inglesa inicialmente?
A comida. Na altura o fish and chips fazia-me confusão. E o frio também não foi fácil. Apanhei neve pela primeira vez. Foi um bocado duro porque estava sem família e amigos.
Houve alguma altura em que pensou em voltar para trás?
Isso não, mas foram complicados os primeiros tempos, era a primeira experiência no estrangeiro sozinho, as coisas também acabaram por não correr bem.
Porquê?
Porque fiz muitas asneiras. Não estava concentrado no futebol.
Que tipo de asneiras?
Aquelas coisas típicas do jogador que, de repente, começa a receber um salário maior.
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