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A casa às costas

“No 1.º jogo no FC Porto, meti o pé no campo e começaram: ‘Esse preto parece ter 40 anos’. E os meus pais ali. Fiz golo, desatei a chorar”

“No 1.º jogo no FC Porto, meti o pé no campo e começaram: ‘Esse preto parece ter 40 anos’. E os meus pais ali. Fiz golo, desatei a chorar”
D.R.

Jucie Lupeta, de 30 anos, confessa ter sido um miúdo rebelde, daqueles que achava poder fazer tudo, porque nada de mal lhe acontecia. O corpo maior que a idade acabou por aguçar o apetite dos três grandes, mas só o FC Porto se deixou convencer. A viver na Casa do Dragão, fez algumas noitadas que acabavam na estação da Campanhã, onde dormia sentado, de cabeça baixa e mãos nos bolsos, para não ser roubado e reconhecido. Atualmente a jogar na Coreia do Sul e a caminho de uma pós-graduação em Sport Performance, após ter concluído uma licenciatura em Marketing e uma tese de mestrado em Gestão Desportiva e Estilo de Vida, o avançado conta como foram os anos vividos no Porto até à partida para a Hungria

Nasceu na Lourinhã. Filho de quem?
O meu pai chama-se Lupeta Monga, foi jogador profissional de futebol. Jogou na República Democrática do Congo, onde nasceu, jogou também pela seleção e teve oportunidade de vir para Portugal, para o Vitória de Guimarães. Mas como na altura eles tinham muitos extra comunitários, foi emprestado ao Elvas, se não estou em erro. Não teve a sorte de ir para a I Divisão. Ficou na II e na III divisões, mas nunca mais regressou ao Congo, ficou em Portugal. A minha mãe veio ter com ele, depois. Trabalhou em fábricas, neste momento trabalha na Avibon e o meu pai agora treina os miúdos do Lourinhanense.

Tem irmãos?
Tenho um irmão três anos mais velho, chamado Arnaldo Lupeta. Quando era novo também jogou futebol, tinha muito talento, mais que eu, tentou ser profissional, conseguiu chegar ao Fátima, mas não teve a sorte de ser chamado para uma grande equipa. Acabou por desistir do futebol e resolveu estudar. Tirou uma licenciatura em marketing e trabalha numa empresa nas Caldas da Rainha.

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